O dólar registra uma queda expressiva nesta sexta-feira (19), após a valorização de quase 3% na véspera, em pregão onde o Banco Central coloca em oferta US$ 500 milhões. Por volta das 9h30, a moeda americana recuava 4,14%, sendo negociada a R$ 1,850.
Nesta sexta, o Banco Central reinicia os leilões de venda de dólar com compromisso de recompra para tentar conter a disparada da moeda norte-americana, que haviam sido suspensos desde 2003.
Os mercados também repercutem as discussões iniciadas na quinta pelo departamento do Tesouro norte-americano e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em busca de um "amplo plano" para ajudar os bancos a escapar de suas dívidas incobráveis, principal causa da atual crise financeira.
Na quinta, o Fed já havia iniciado a injeção de US$ 180 bilhões nos mercados para enfrentar as turbulências aprofundadas pela falência do banco Lehman Brothers e os problemas da seguradora AIG.
Impacto na inflação
Segundo analistas, a recente valorização do dólar frente ao real já traz o risco de impacto sobre os indicadores de custo de vida do Brasil e conseqüente pressão sobre a inflação ainda em 2008. Ao longo do mês de setembro, o dólar acumula alta de 18,2%, e chegou ao maior valor desde setembro de 2007.
Segundo o economista Márcio Nakane, coordenador técnico da Tendências Consultoria, "A alta do dólar traz dois impactos importantes: um é a pressão sobre os preços livres, como o dos itens importados, por exemplo. O outro impacto é sobre os preços administrados por índices de inflação como os Índice Gerais de Preços (IGPs)". Pregão de quinta
Na quinta-feira, o anúncio de que o Banco Central vai oferecer dólares em operações compromissadas permitiu que a moeda norte-americana perdesse fôlego no final do pregão, depois que a escassez de crédito em moeda estrangeira fez o dólar superar R$ 1,96 no momento mais tenso do dia.
A moeda norte-americana fechou a R$ 1,921, com alta de 2,89%. No momento de maior pressão, o dólar chegou a ter alta de 5,03%, para R$ 1,961.
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