O grupo de mídia Gawker, dono do site Gizmodo, pediu falência nesta sexta-feira (10) e teria se colocado à venda após perder um processo de US$ 140 milhões por invasão de privacidade do ex-lutador profissional Hulk Hogan, 62. As informações são do jornal “The New York Times”.
A polêmica envolve a divulgação pelo site Gawker de um vídeo contendo cenas de sexo de Hogan com a esposa de um amigo.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, o Gawker estaria iniciando um leilão pelo negócio. A companhia de mídia digital Ziff Davis teria oferecido um lance inicial de US$ 90 milhões a US$ 100 milhões, de acordo com o “NYT”. Seria um passo inicial para estabelecer um piso no caso de um leilão judicial.
A fonte afirmou que o Gawker pediu falência para proteger empregos e assegurar a continuidade das operações. A empresa recorreu ao Capítulo 11 da Lei de Falências, que permite que as companhias entrem em recuperação e fiquem protegidas de ações de credores. Desta forma, não precisaria pagar imediatamente Hogan, cujo nome de registro é Terry Bollea.
A decisão de se colocar à venda foi tomada semanas após a revelação de que o bilionário Peter Thiel, cofundador do sistema de transferência de dinheiro PayPal, estaria dando apoio financeiro ao processo de Hogan.
Histórico
No dia 25 de maio, a juíza Pamela Campbell, da Flórida, negou moção da Gawker por um novo julgamento para se defender da divulgação do vídeo. Ela determinou ainda que a gravação seja mantida fora do alcance do público.
Em decisão anterior, o ex-lutador já havia conseguido convencer o júri de que a publicação na internet de uma versão editada com menos de dois minutos do vídeo amador gravado clandestinamente foi humilhação e invasão de privacidade.
O ex-lutador disse que seu amigo, o locutor de rádio conhecido como ‘Bubba the Love Sponge’, tinha um “casamento aberto” e queria que a mulher fizesse sexo com ele. Depois de insistir, Hogan disse finalmente ter aceitado, mas não soube que a cena tinha sido filmada.
Quando o vídeo apareceu, em 2012, os advogados de Hogan pediram ao Gawker que o retirasse do ar, mas o site demorou seis meses para fazer isso. Ele foi visto por sete milhões de pessoas, segundo os representantes de Hogan, protagonista de programas de “reality show” e filmes.
O site Gawker alegou durante o julgamento que a divulgação do vídeo era de interesse público, razão pela qual estaria sob a proteção da Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão.
A ação judicial do ex-lutador profissional atraiu grande atenção por testar os direitos de privacidade de uma celebridade e a liberdade de imprensa na era digital.
“O Gawker falhou e continua a falhar em reconhecer suas obrigações a Bollea devido ao seu comportamento condenável e ao método de fazer o que chamam de jornalismo”, disse o advogado de Hogan, David Houston, em comunicado.