Dos 16 aeroportos que servirão aos turistas da Copa do Mundo de 2014, nas 12 cidades-sedes, nove já enfrentam gargalos durante os horários de pico, segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaria): em São Paulo (Guarulhos), Belo Horizonte (Confins), Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Natal.
Os dados foram apresentados durante o Congresso sobre Transportes na Copa do Mundo, em São Paulo, nesta quarta-feira (25). O evento vai até sexta-feira (27).
Para tentar resolver o problema e também evitar excesso de demanda em outros quatro aeroportos que têm previsão de lotação até 2014 Manaus, Recife, Viracopos (interior de São Paulo) e Pampulha (Belo Horizonte) , a empresa pretende investir mais de R$ 6 bilhões em obras de infraestrutura.
O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, é o único da lista livre de problemas de congestionamento, atuais ou previstos, segundo Jaime Parreira, diretor de engenharia da Infraero. O Santos Dumont, também no Rio, e Congonhas, em São Paulo, têm o número de operações diárias limitadas, por estarem localizados em áreas urbanas.
A Infraero estima que o tráfego aéreo brasileiro vá crescer 51% de 2009 até 2014. Só nos dois meses da Copa do Mundo, junho e julho de 2014, a expectativa é de um novo aumento, de 10,3% -- equivalente a um tráfego de um milhão de turistas estrangeiros e um milhão e meio de viajantes domésticos.
As obras do aeroporto de Viracopos serão as primeiras a serem entregues, segundo a empresa, ainda no segundo semestre deste ano. Outras 15, do total de 25 obras previstas, só devem começar a ser entregues em 2013.
Estruturas provisórias
Enquanto as obras não ficam prontas, a Infraero pretende usar "módulos operacionais", uma espécie de "terminal móvel", para atender a demanda.
As estruturas dos módulos são mais rápidas de serem montadas e também mais baratas. Segundo Parreira, elas possuem todas as funcionalidades de um terminal tradicional, de banheiros a ar condicionado. Um módulo já foi instalado, como teste, no aeroporto de Florianópolis e até o fim do ano Brasília, Goiânia, Vitória, Juazeiro do Norte, Teresina, Macapá, Cuiabá, Guarulhos e Viracopos devem receber os seus. Soluções do tipo foram usadas na Alemanha, na China, na Índia e nos Estados Unidos, durante a construção de novos terminais.
Para Parreira, a solução do problema, no entanto, vai além das obras e dos módulos operacionais. "Não basta apenas crescer espaços, é preciso organizar a gestão", afirma. "Para isso, temos algumas ações que começam imediatamente", disse ele.
Entre as mudanças previstas estão o aumento de quiosques de autoatendimento, para agilizar tanto o embarque quanto o desembarque. "O turista pousa em Guarulhos e demora uma hora e meia para conseguir chegar no saguão. Fora as duas horas e meia que demora para chegar em São Paulo, dependendo do horário. Isso precisa ser corrigido", afirma.
Filipe Pereira dos Reis, gerente para o Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), concorda. Para a entidade, uma forma de acelerar e facilitar a passagem de turistas por aeroportos passa por dar mais controle ao passageiro. Isso significa permitir que ele faça sozinho o processo de check-in, despacho de bagagens e embarque.
"As pesquisas revelam que os passageiros não só estão dispostos, mas querem assumir o controle desse processo", afirma.
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