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Carona compartilhada

E-mails vazados mostram plano do app de caronas Uber para vencer rivais

A empresa criada em 2009 e presente hoje em mais de 40 países é a startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 18,2 bilhões | Reprodução.
A empresa criada em 2009 e presente hoje em mais de 40 países é a startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 18,2 bilhões (Foto: Reprodução.)

Documentos obtidos pelo site especializado em tecnologia "The Verge" detalham um plano elaborado do aplicativo de caronas pagas Uber para vencer o seu maior rival nos Estados Unidos, o Lyft.

Chamada "Slog", a operação foi confirmada pelo próprio Uber em um comunicado oficial após o "Verge" divulgar e-mails entre gerentes da startup e conversar com fontes anônimas contratadas para recrutar motoristas de outros serviços.

De acordo com eles, a startup fundada em 2009 criou uma equipe especial para juntar informações de motoristas do Lyft no lançamento do serviço em Nova York, em julho, e convencê-los a trabalhar para o rival.

Aos recrutadores, eram oferecidos celulares, uma série de números de cartões de crédito válidos e até kits com o necessário para um motorista começar a trabalhar para o Uber.

Formulários vazados também mostram que a operação "Slog" estava se expandindo para outras nove cidades dos EUA, entre elas Boston, Miami e Washington.

Conforme o plano crescia, a possibilidade de um recrutador conversar com um motorista do Lyft já contatado aumentava. Para evitar isso, segundo o site, perfis dos motoristas abordados eram compartilhados num grupo privado do aplicativo GroupMe, e requisições de viagens eram canceladas para evitar a identificação da equipe do Uber.

No comunicado em seu blog, o Uber falou sobre a operação "Slog" e negou prejudicar motoristas de serviços rivais cancelando viagens. "Nunca usamos táticas de marketing que previnam um motorista de ganhar seu pão."

Guerra de caronas

No início de agosto, a CNN noticiou que funcionários do Uber haviam requisitado e cancelado mais de 5.000 corridas do Lyft desde outubro de 2013, segundo análise do concorrente.

Outro serviço de caronas chamado Gett também acusou o Uber da prática, que ocupa os motoristas de um serviço -causando-lhes prejuízo - enquanto os do concorrente ficam livres para atender a requisições de usuários.

Segundo o Uber, as acusações eram "sem fundamento e inverdadeiras". Uma fonte ouvida pelo "Verge" disse que "não só o Uber sabe disso, como está encorajando essas ações dia a dia".

O Uber rebateu as alegações na época, dizendo que funcionários do Lyft, incluindo o cofundador da empresa, haviam cancelado aproximadamente 13 mil viagens do Uber.

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