Todas as principais economias da zona do euro estão agora em vários estágios de declínio, de acordo com pesquisas Índice de Gerentes de Compra (PMI) que sugerem que até mesmo a Alemanha não está mais imune aos temores provocados por Grécia e Espanha.

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Os PMIs divulgados nesta terça-feira mostram que a vasta economia privada da zona do euro encolheu em maio no ritmo mais rápido em quase três anos, com forte recuo de encomendas às empresas.

O PMI composto do instituto Markit para a zona do euro, que realiza pesquisa junto a milhares de empresas todo mês, recuou para 46,0 em maio ante 46,7 em abril, menor leitura desde junho de 2009 e o quarto mês abaixo da marca de 50 que separa crescimento e contração. Ele ficou pouco alterado em relação a uma leitura preliminar.

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Vale destacar a sugestão de que a Alemanha não está mais gerando o tipo de crescimento econômico que manteve a zona do euro longe da recessão no primeiro trimestre, com uma leve contração dos negócios no mês passado.

"Com base nesses números, não seria surpresa ver uma contração do PIB (da zona do euro) de 0,5% no segundo trimestre, embora uma queda ainda mais forte possa acontecer se o dado de junho decepcionar", disse o economista chefe do Markit, Chris Williamson.

"As empresas reportaram que a atividade foi afetada pela alta incerteza política e econômica, que exacerbou a já fraca demanda tanto na zona do euro quanto em outros lugares."

A Grécia se prepara para uma eleição em três semanas que pode determinar se o país continuará como membro da união monetária.

Com os mercados acionários em queda e títulos do governo considerados seguros em alta, os temores sobre a economia da zona do euro provocaram uma forte queda nas encomendas de novos negócios.

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O índice composto do PMI para novos negócios recuou no mês passado para 44,6 ante 44,8 em abril, menor leitura desde junho de 2009.

Ao mesmo tempo em que mostraram uma leve contração na atividade alemã, as pesquisas não foram boa notícia para os países mais frágeis da zona do euro.

"A Itália parece estar enfrentando o pior, com seu PMI consistente com a queda do PIB em mais de 1% no segundo trimestre", disse Williamson. "Entretanto, as quedas podem também superar 0,5% na França e na Espanha."

O PMI para o setor de serviços, que cobre de bancos a restaurantes, caiu para 46,7 em maio ante 46,9 em abril - menor leitura desde outubro do ano passado. O resultado representou uma melhora marginal em relação à leitura preliminar de 46,5.

O índice mostrou que os preços cobrados aos consumidores recuaram pelo sexto mês seguido, sugerindo que autoridades do Banco Central Europeu (BCE) podem se preocupar menos com a ameaça da inflação alta.

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