Dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28) sobre o desempenho das contas do governo no primeiro quadrimestre evidenciam o desafio que a equipe econômica enfrenta para cumprir a meta de superavit primário do ano.
Em abril, o governo federal economizou R$ 10,1 bilhões para o pagamento de juros. Foi o melhor resultado do ano, mas ainda sim 39% inferior ao saldo do mesmo mês de 2014, ano em que as contas públicas registraram um deficit inédito.
Nos quatro primeiros meses, o governo acumulou um superavit de R$ 14,6 bilhões, o menor para o período em 14 anos -em 2001, o saldo foi de R$ 13,2 bilhões, em dado sem correção inflacionária.
O valor economizado representa 22% da meta do superavit primário do setor público para o ano, de R$ 66,3 bilhões.
No ano passado, a União registrou um deficit primário R$ 17,2 bilhões. Considerando também as contas de Estados e municípios e algumas estatais, o rombo foi de R$ 32,5 bilhões (0,63% do PIB).
Na semana passada, o governo anunciou um corte de R$ 69,9 bilhões nas despesas orçamentárias do ano em um esforço para garantir o cumprimento da meta.
O mercado aposta que o superavit primário vai ficar abaixo desse patamar, em 0,8% do PIB.