Economistas preveem para este ano o menor PIB (Produto Interno Bruto) desde 2009, quando a produção brasileira encolheu 0,2%. O Boletim Focus, sondagem do Banco Central feita com economistas, foi divulgado na segunda-feira (25) e mostrou que o mercado espera um crescimento de apenas 0,7% no PIB neste ano.
No fim de maio, quando os resultados do PIB do primeiro trimestre foram divulgados, os economistas sondados pelo BC ainda esperavam uma alta de 1,63% no ano. Desde então, as previsões diminuíram consecutivamente.
A estimativa para inflação subiu de 6,25% para 6,27%, após cinco semanas consecutivas de queda nas projeções. Para os economistas, a taxa de juros não deve ser reajustada ainda neste ano, permanecendo os 11% de atualmente.
2015
Já em 2015, o mercado prevê uma Selic de 12% e inflação de 6,28%. É esperado para o ano que vem uma série de reajuste de preços, principalmente na energia elétrica e nos combustíveis, que deve impactar a inflação do período.O dólar, outro fator que impacta diretamente a inflação, deve chegar ao fim de 2014 custando R$2,35 e terminar 2015 ainda mais caro, com valor de R$ 2,50.
Uma das principais âncoras da diminuição da expectativa de crescimento do PIB em 2014 é a indústria. Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial brasileira caiu 1,4% em junho, 0,8% em maio e 0,3% em abril, fechando os resultados trimestrais no vermelho.
A previsão da sondagem do BC é de que a indústria encolha 1,76% ainda neste ano e cresça 1,7% no ano que vem.
Consumo
O consumo das famílias, fator que mais pesa no PIB, também não deve apresentar bons resultados. Com a inflação próxima ao teto da meta de 6,5% e com a retração do crédito, os consumidores estão gastando menos.No último trimestre, o setor apresentou queda de 0,1%, após uma série de importantes altas nos períodos anteriores. Este efeito deve refletir diretamente nos resultados do setor de serviços.
Para o PIB do segundo trimestre de 2014, que será divulgado nesta sexta (29), os economistas estimam uma retração de 0,2%. O indicador de atividade econômica calculado pelo Banco Central (IBC-Br) estima uma queda mais grave, de 1,2%, da produção no mesmo período.