O governo não terá em 2013 tantas alternativas para segurar a inflação quanto em 2012, afirmam os economistas. A desoneração da cesta básica e o adiamento do reajuste na gasolina são vistos como as únicas opções disponíveis para se evitar o aumento dos juros e o uso das medidas macroprudenciais, caso a inflação ameaçasse ultrapassar o teto da meta, de 6,5%. No ano passado, a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para carros e linha branca e os contidos aumentos nos serviços administrados ajudaram a manter o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ) em terreno confortável, embora acima do centro da meta, de 4,5%.

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O indicador subiu 5,84% no período, como informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

As previsões para o IPCA neste ano já contam com o alívio prometido nas contas de luz a partir de fevereiro, mas ainda assim giram em torno de 5,5%, como mostra o Boletim Focus, do Banco Central. "Se não fosse pela redução na energia, nossa estimativa para o IPCA em 2013 já estaria em 6%", diz o economista-chefe da MCM Consultores, Fernando Genta, que projeta alta de 5,6% para o indicador neste ano. "O que tem segurado a inflação são as desonerações e a manutenção do preço da gasolina."

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Para Genta, o cenário que se desenha para a inflação neste ano merece atenção, já que há o risco de a redução na energia ser menor que o esperado devido ao aumento de custos promovido pela falta de chuvas.

Diante desse risco, a Tendências Consultoria já vê a possibilidade de elevar de 5,6% para 5,8% sua previsão para o IPCA em 2013.

Em suas estimativas, a consultoria inclui uma elevação de 4,5% na gasolina nos postos -o que equivaleria a 0,2 ponto percentual do IPCA previsto no ano. "Se a situação piorar, é possível que o governo segure esse reajuste por mais algum tempo ou desonere a cesta básica, o que também daria um alívio de 0,2 ponto percentual à inflação", diz a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências.

Pelas suas contas, no primeiro trimestre o IPCA continuará pressionado, subindo 1,7% no período e superando a alta de 1,3% registrada nos três primeiros meses de 2012. "Teremos reajustes na casa de 10% em transporte público neste ano, além da volta do IPI", pontua a economista.

Genta considera pouco provável o estouro da meta de inflação nesse ano. "Antes disso, o governo agirá. Num cenário de economia em recuperação, poderia reduzir o ímpeto do crédito público, adotar as medidas macroprudenciais e, em último caso, elevar os juros", afirma.

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