O efeito calendário ajudou o resultado da produção industrial no mês de outubro, tanto na comparação com o mês anterior quanto em relação a igual período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outubro teve três dias úteis a mais do que setembro e dois dias úteis a mais do que outubro de 2011.
Em outubro deste ano, comparado a igual mês de 2011, a produção industrial cresceu 2,3%, com avanços registrados em três das quatro categorias de uso. O único resultado negativo foi do segmento de bens de capital. "Muito desse crescimento para esse tipo de comparação teve relação com o aumento de ritmo, mas teve também o efeito calendário. Outubro de 2012 teve dois dias úteis a mais do que outubro do ano passado. Tem melhora de ritmo, mas é preciso relativizar um pouco por causa do efeito calendário", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Na comparação com setembro, a indústria teve expansão de 0,9%. Outubro teve três dias úteis a mais que setembro, sendo que a média histórica era de 0,6 dia útil. Como resultado, o ajuste sazonal não conseguiu corrigir toda essa diferença. "Então a gente tem de relativizar, novamente, esse crescimento no mês de outubro, porque, por mais que tenha um ajuste sazonal, a diferença está acima da média histórica", explicou Macedo.
No entanto, se o efeito calendário provocou um aumento mais intenso na produção em outubro, a queda de setembro também foi maior pelo mesmo motivo. Setembro teve 4 dias úteis a menos que agosto, quando o padrão histórico era de 1,4 dia útil a menos.
"O mês de setembro veio muito mais magro esse ano para dias úteis trabalhados. Então, (a produção no) o mês de setembro não teria tido uma queda tão intensa, e o avanço em outubro não teria sido tão significativo (se não houvesse a diferença grande de dias úteis). A questão do efeito calendário acaba, para esse tipo de comparação, influenciando de alguma forma a magnitude ou de crescimento ou da queda. Mas de alguma forma, em outubro, a produção teria resultado positivo", afirmou o gerente do IBGE.
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