Em um movimento que surpreendeu o mercado, a OGX, petroleira de Eike Batista, anunciou hoje que o empresário vai injetar US$ 1 bilhão na companhia ao exercer a "put" (opção de compra de ações).
De acordo com a companhia, haverá o desembolso imediato de US$ 100 milhões e o saldo será liberado de forma "modulada".
A diretoria vai propor uma reunião extraordinária do conselho de administração para a convocação de assembleia geral destinada a aprovar o imediato aumento de capital social de US$ 100 milhões.
Em outubro do ano passado, em meio à crise de confiança do mercado, o acionista controlador se comprometeu a exercer a "put" de até US$ 1 bilhão, se fosse necessário, ao preço de R$ 6,30.
As ações estão sendo negociadas hoje por R$ 0,57 -após terem sido vendidas a R$ 0,30 em pregões anteriores. Por volta das 11h20, os papéis tinham alta de 39,02%.
No mercado, havia dúvidas de que Eike faria essa injeção de recursos. No mês passado, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota da companhia pela segunda vez em duas semanas. Um dos argumentos foi a "baixa probabilidade" da "put" ser exercida.
"Isso dá mais confiança para renegociação das dívidas, mas não é suficiente, vai ter que ter mais medidas", afirma Pedro Galdi, economista-chefe da SLW Corretora.
O empresário Eike Batista está em busca de sócios que ajudem a reestruturar a dívida da OGX.
A OGX deve US$ 3,6 bilhões em bônus, vencendo entre 2018 e 2022. Os papéis estão sendo negociados a 15% do valor de face, nível de companhias à beira do calote.
A dívida da OGX se tornou impagável depois que a produção de petróleo decepcionou e a companhia desistiu de explorar vários blocos.
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