Em meio ao corte de 3 mil vagas em todo o mundo, a fabricante sueca de eletrodomésticos Electrolux também deve fazer ajustes no Paraná. Ao que tudo indica, a empresa colocou na geladeira o projeto de construção de sua terceira fábrica no estado. A nova unidade, que iria funcionar em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba na antiga fábrica de motores da TMT Motoco , iria operar inicialmente como um centro de distribuição e nacionalização de produtos importados.
Mas o projeto esbarrou no dólar forte que encarece as importações e na crise internacional, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Similares e de Refrigeração (Seletroar), Paulo Bastos. "A informação da empresa é que esse projeto não tem prazo para ser retomado", afirmou Bastos. A intenção era colocar a unidade em operação em dezembro de 2008, com a geração de 500 empregos diretos. Procurada, a empresa não negou a informação, mas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se manifestaria sobre o assunto. A Electrolux tem duas fábricas em Curitiba, onde faz refrigeradores, freezers, aspiradores e lavadoras de alta pressão. Ela chegou ao estado há 12 anos anos, após comprar a Refripar, dona da marca Prosdócimo.
Ontem, a fabricante sueca anunciou a demissão de 3 mil funcionários em todo o mundo cerca de 5% do seu quadro - e advertiu que não conseguirá cumprir as metas de resultados operacionais em 2008, em conseqüência da redução da demanda.
Segundo a companhia, as operações em todo o globo serão afetadas. Em Curitiba, já foram demitidas 50 pessoas, mas não há informações, pelo menos por enquanto, de novos cortes, de acordo com Paulo Bastos, do Seletroar. Em comunicado distribuído no início da noite, a Electrolux do Brasil informou que a redução dessa demanda no Brasil não tem se mostrado relevante para a Electrolux. (CR)