"Mesmo que (o preço dos caminhões) baixe 50% não vou conseguir trocar a frota", lamenta Carlos Cezário, sócio da transportadora curitibana Rodoac, referindo-se ao projeto de lei que isenta produtores de caminhão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para ele, uma medida mais eficaz para estimular a compra de novos veículos seria facilitar o crédito. Na empresa dele, o faturamento caiu 20% no último ano, e dos 53 camihões existentes apenas cinco estão quitados. "Esse é um ano sem precedentes", diz, referindo-se aos efeitos da seca que afetou a produção agrícola e ao dólar baixo, que reduz a produção da indústria como um todo. "Tem caminhoneiro passando meses fora de casa para arranjar trabalho", concorda Diumar Bueno, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos.
A falta de mercadoria para transportar teve reflexos na produção e nas vendas dos fabricantes de caminhões. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), neste ano a produção já caiu 13% entre janeiro e maio, assm como as vendas ao consumidor final, com o licenciamento de 26.290 unidades.
Caindo aos pedaços
1,5 milhão de caminhões é o número estimado da frota no Brasil, muitos em uso há mais de 24 anos.
18 anos é a média de idade da frota brasileira de caminhões, entre veículos pertencentes a cooperativas, transportadoras e caminhoneiros.(HC)
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