Em um dia de negocações interrompidas e pregão prorrogado, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou os negócios com forte desvalorização nesta quarta-feira (15). O Ibovespa aprofundou a baixa da tarde e fechou em desvalorização de 11,39%, aos 36.833 pontos. O dólar fechou em forte alta, apesar de atuações do BC.
A razão para o desempenho negativo da bolsa foi o pessimismo dos mercados globais com a possibilidade de recessão nas principais economias. De acordo com a consultoria Economatica, esta foi a pior queda desde 10 de setembro de 1998.
Os papéis das "blue chips" brasileiras - Petrobras e Vale do Rio Doce - também sofreram com a desvalorização das commodities no mercado internacional. O petróleo, por exemplo, caiu mais de 5% no dia e fechou na casa de US$ 74. Com isso, a ação mais negociada da Vale teve queda de mais de 15%, enquanto o principal papel da Petrobras recuou 12,08%.
Medo da recessão
O humor dos investidores foi afetado pelas declarações da presidente do banco central norte-americano (Fed, na sigla em inglês) de San Francisco, Janet Yellen, que afirmou que os EUA 'parecem estar em recessão'. Segundo ela, "dados econômicos recentes sugerem que a economia está mais fraca que o previsto para o terceiro trimestre".
A confirmação deste quadro veio no meio tarde, com a divulgação da compilação de dados sobre a economia americana denominado Livro Bege. O indicativo feito por 12 escritórios regionais do Federal Reserve (o banco central dos EUA) mostrou desacelaração geral da atividade econômica em setembro - ainda antes do período mais agudo da crise.
Dados da economia americana divulgados nesta quarta-feira aumentaram as preocupações. As vendas do varejo recuaram 1,2% em setembro, para US$ 375,5 bilhões, ante dado revisado de queda de 0,4% em agosto. Além disso, os preços no atacado dos EUA caíram 0,4% no mês. Na Europa, as indicações também são negativas. O BC francês mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% no terceiro trimestre de 2008, o que confirma que a segunda maior economia da Eurozona está em recessão. O PIB francês registrou forte baixa de 0,3% no segundo trimestre.
'Circuit breaker'
O pregão da Bovespa - que termina diariamente às 17h - foi estendido até as 17h30, nesta quarta. A prorrogação ocorreu porque hoje é dia de vencimento do contrato de opções sobre o Ibovespa, quando é necessário registrar as três últimas horas de pregão da bolsa. Como as negociações foram interrompidas por 30 minutos, eles tiveram de ser compensadas após o horário normal.
A queda de 10% da cotação do índice Ibovespa - principal indicador da bolsa paulista - gerou o acionamento do "circuit breaker" às 14h25, mecanismo que controla a oscilação dos indicadores: quando o sistema registra desvalorização de 10%, os negócios são interrompidos automaticamente.
Pelas regras da Bovespa, os negócios devem ser retomados meia hora após sua interrupção. Se, após a retomados os negócios, a queda atingir 15%, as operações são novamente paralisadas, desta vez por uma hora. Desde o dia 29 de setembro, o mecanismo "circuit breaker" foi acionado cinco vezes.
Panorama no exterior
O medo de recessão faz com que as principais bolsas operem em baixa no exterior. Nos EUA, as bolsas fecharam em queda - o índice Dow Jones, referência para o mercado de Nova York, teve queda de 7,87%.
Na Europa, o índice DAX, de Frankfurt, teve queda de 6,49% no fechamento. Londres e Paris tiveram baixa, respectivamente, de 7,16% e 6,82%, respectivamente.
Na Ásia, o quadro não foi diferente. A Bolsa de Tóquio foi a única a registrar alta, de 1,06%. Os demais mercados registraram queda: Hong Kong perdeu 5%, Xangai 1,12%, Taipé 0,86%, Seul 2% e Sydney 0,8%
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