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Em Paris, Levy minimiza aumento do desemprego

O ministro da Economia, Joaquim Levy, minimizou em Paris a taxa de desemprego de 8% de fevereiro a abril medida pela Pnad Contínua e divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE. O resultado se iguala à do primeiro trimestre de 2013, até então a mais alta da série, iniciada em 2012.

“Pode significar que o crescimento (do desemprego) pode ser tanto pelo menor dinamismo no número de vagas como pelo maior número de pessoas procurando emprego. É natural. Acho que a gente vai ter de passar por esse período enquanto tomamos medidas para que a economia se realoque. Este é o nosso desafio. Na própria OCDE se verifica um ambiente internacional de crescimento mais lento”, relativizou Levy durante entrevista coletiva na reunião interministerial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.

Em dia de outros anúncios, como o aumento do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), de famílias de baixa renda, de 8,97% nos últimos 12 meses, e da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o ministro pediu “vigilância” ao Banco Central para a questão da pressão inflacionária.

“O importante neste processo é que o Banco Central continue vigilante, para evitar que o aumento de preços num momento, que pode ocorrer apenas uma vez, não se transforme em processo de inflação. Para isso, é preciso estar atento aos mecanismos de política monetária”, alertou.

Levy argumentou que foram feitos alinhamentos de preços necessários, e disse acreditar que a tendência de aumento da inflação possa ser revertida: “Sabemos que faltou água, e isso explica porque o preço subiu, como foi em São Paulo. É normal que a situação de escassez tenha reflexo no preço. Não sabemos como será o quadro no ano que vem. No caso da energia, a possibilidade é ter menor dificuldade este ano. Algumas destas condições podem se reverter.”

Perspectivas

O ministro procurou relativizar também as previsões sobre a economia brasileira divulgadas no relatório de perspectivas econômicas da OCDE. No estudo, a organização estimou para baixo o desempenho do crescimento do PIB brasileiro em relação às suas estimativas estabelecidas em março passado: de -0,5% para -0,8%, em 2015; e de 1,2% para 1,1%.

“As projeções da OCDE não se desviam muito das projeções de outros mercados de que haveria uma retração no primeiro trimestre. Já sabíamos pelas informações que se tinha que o segundo trimestre seria relativamente difícil. Estamos tentando trabalhar para ter uma recuperação mais rápida possível”, afirmou.

Levy citou o anúncio do Plano Safra (pacote de financiamento do setor agrícola anunciado na terça-feira), o realinhamento de preços, inclusive o câmbio incluído, e a reação de exportações de manufaturados como medidas de estímulo para a retomada da economia.

“Temos a questão do setor da construção civil”, acrescentou o ministro, “em que o governo, sem prejuízo da liquidez geral da economia, permitiu um fôlego adicional. Mais do que os R$ 20 bilhões estimados.”

O ministro calcula em cerca de R$ 40 bilhões este “fôlego”, somando os recursos do FGTS e dos Certificados de Recebíveis Imobiliários: “O importante é que o governo esteve presente de tal maneira em que promove um suporte em diversos setores da economia neste período de travessia.”

Acordo

Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assinou com o secretário-geral da OCDE o novo Acordo Marco de Cooperação com a organização.

“O Brasil participa há mais de 25 anos de uma série de comitês na OCDE, e sempre julgamos muito proveitoso. Com esse acordo marco, vamos ter a possibilidade de estar mais presentes, de uma forma mais institucional, mais permanente, e conhecer melhor a instituição, ver o que nos convém mais, o que vale a pena, no fim desse prazo de avaliação”, disse Vieira, sem confirmar a possibilidade futura de uma adesão do Brasil como país-membro da OCDE.

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