Mural em Atenas pergunta: o que vem a seguir?| Foto: Yannis Behrakis/Reuters

Um estudo secreto do Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que a Grécia precisa de muito mais alívio da dívida do que os governos europeus estão dispostos a contemplar até agora.

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O forte alerta do FMI sobre a dívida de Atenas vazou no momento em que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tem dificuldades para convencer parlamentares esquerdistas insatisfeitos a votarem a favor do pacote de austeridade e reformas econômicas liberais para garantir novo resgate.

O estudo diz que países europeus teriam que dar à Grécia um período de carência de 30 anos sobre o serviço de todas as suas dívidas, incluindo novos empréstimos, e uma dramática prorrogação dos vencimentos. Ou então terão que fazer transferências anuais ao orçamento grego ou aceitar “fortes cortes antecipados” em empréstimos existentes.

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Ruínas à venda

A venda de ilhas, reservas naturais ou ruínas antigas é uma das hipóteses estudadas pelos gregos para obter os 50 bilhões de euros exigidos pelos credores para a criação de fundo que será usado, em parte, para abater as dívidas do país. Esse tema foi discutido no plano anterior, de 2012, e não se concretizou, mas volta a gerar polêmica.

A Análise de Sustentabilidade da Dívida deve ampliar o forte debate na Alemanha sobre emprestar ainda mais dinheiro à Grécia. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, deixou claro que alguns membros do governo acham que faria mais sentido Atenas deixar a zona do euro temporariamente.

“A deterioração dramática da sustentabilidade da dívida indica a necessidade de alívio de dívida em uma escala que precisaria ir muito além do que tem estado sob consideração até agora”, avisou o FMI.

Uma fonte da UE disse que ministros das Finanças e líderes da zona do euro estavam cientes dos números confidenciais do FMI quando concordaram na segunda-feira (13) com o terceiro resgate.

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Prazo

Após afastar o colapso financeiro, Tsipras tem até esta quarta-feira (15) para sufocar a dissidência de linhas-duras e aprovar medidas mais austeras que aquelas rejeitadas no referendo há alguns dias.

O pacote aceito por Tsipras representou uma reviravolta espetacular para o partido Syriza, que chegou ao poder em janeiro prometendo pôr fim a anos de cortes e recessão no país onde um quarto das pessoas estão desempregadas. Houve alguma especulação de que Tsipras poderia renunciar.