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Solucionado o último problema — o fundo de privatizações de ativos públicos terá sede na Grécia, como queria o governo de Alexis Tsipras, e não em Luxemburgo —, a assinatura de um acordo com os credores deu um alívio fugaz a Atenas, algo parecido com a miragem de uma solução. Mas a rigidez das medidas exigidas pela zona do euro e sua aprovação pelo Parlamento grego — por via de urgência, até esta quarta-feira (15) — ameaçam desencadear uma crise política imediata, dadas as diferenças existentes no grupo parlamentar do governo e a perda da maioria absoluta na Câmara. A tramitação será bem-sucedida graças ao apoio dos três partidos de oposição pró-Europa, mas, segundo a maioria das fontes, com um alto custo político para o Executivo.

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“É um acordo difícil, mas tomamos a decisão correta para apoiar o país e seu sistema financeiro e para, neste contexto, ter possibilidades de crescer. A Grécia precisa de reformas radicais que favoreçam a sociedade e não os oligarcas protegidos por governos anteriores. Demonstramos a soberania popular, agora devemos trabalhar para reestabelecer a soberania nacional. Apesar das medidas difíceis, o “Grexit” (saída grega do euro) pertence ao passado”, afirmou Tsipras em Bruxelas após o anúncio do pacto.

Termos do acordo

Segundo os jornais britânicos “The Telegraph” e “The Guardian”, o documento de sete páginas com os termos do acordo inclui:

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Em declarações à televisão pública, o ministro do Trabalho, Panos Skurletis, que um dos leais a Tsipras, assegurou na manhã desta segunda-feira que haverá eleições, provavelmente no outono (do Hemisfério Norte). A intenção inicial de remodelar imediatamente o Executivo para substituir os ministros rebeldes poderia se converter em uma reestruturação em grande escala, inclusive com a forma de governo de união nacional, com outros partidos, se as medidas do acordo encontrarem muita resistência no Parlamento.

Skurletis também assinalou que os deputados críticos deveriam renunciar à vaga no Parlamento. No entanto, a hipótese de um Executivo de tecnocratas, divulgada no domingo por fontes próximas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), parece estar descartada no momento.

Descontentamento

Panos Kamenos, ministro da Defesa e líder do partido de direita pró-soberania Gregos Independentes, grupo que integra a coalizão do Syriza, manifestou à noite seu desacordo com o rascunho do acordo, e ignora qual será a posição de seus 13 deputados na votação parlamentar para dar aval ao que foi firmado em Bruxelas. Também não está claro como a brecha aberta no Syriza vai se posicionar, já que 17 dos deputados rejeitaram, se abstiveram ou se ausentaram da votação da proposta grega a Bruxelas, na noite de sexta-feira.

Já o partido grego de oposição To Potami anunciou que não integrará um governo de união nacional com o Syriza, mas que apoiará uma solução em nome dos interesses do país, disse uma fonte nesta segunda-feira.

“Não estamos buscando um papel como parceiro governamental no governo do Syriza, mas estamos expressando ao primeiro-ministro a nossa disposição para encontrar soluções em nome do interesse nacional”, afirmou o representante do partido à Reuters.

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