Levantamento mais recente do volume de empregos gerados no Brasil, relativo a agosto, confirma tendência já consolidada: as micro e pequenas empresas são campeãs na geração de postos de trabalho.
Os pequenos negócios, que respondem por cerca de 60% do total de empregos no país, foram responsáveis por quase 100% dos novos postos de trabalho. O Paraná, segundo lugar no ranking nacional, registrou 12.259 novos empregos, de acordo com o Caged, dos quais 11.307 (92%) gerados por pequenos negócios.
O "poder de fogo" das micro e pequenas empresas na geração de empregos pode ser explicado por várias razões: pelo andar da economia, pelo aumento das formalizações, e, ainda, pela própria natureza dos pequenos negócios.
As micro e pequenas empresas são as que mais criam vagas em períodos de crescimento e as que menos demitem em momentos de desaceleração econômica. A crise mundial de 2008 mostrou isso.
O Microempreendedor Individual, que só no Paraná já tirou da informalidade 170 mil empreendedores, também "engorda" as estatísticas, já que o direito à contratação de até um funcionário mantém o benefício de menos tributos.
Até as limitações inerentes às micro e pequenas empresas trabalham em favor do país, quando o tema são empregos. Com quadros mais "enxutos", os pequenos negócios precisam de estrutura mínima para operar. Assim como são obrigados a contratar, para atender demanda em alta, o que, nas grandes corporações, pode ser absorvido por outros meios, como máquinas e uso de tecnologia.
Gerar empregos já é uma característica das micro e pequenas empresas. Isso é fato. Mas ainda temos desafios. Um deles é a capacidade dos pequenos negócios remunerarem melhor.
Estudo do Sebrae mostra incremento de 26% nos salários pagos pelas micro e pequenas empresas na última década, índice superior aos 14% registrados nas médias e grandes. Os pequenos negócios estão no caminho certo.
Vitor Roberto Tioqueta, diretor-superintendente do Sebrae-PR
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