A nova sede da montadora de motos curitibana MXF Motors, com cerca de 2 mil metros quadrados, localizada no bairro Bacacheri, é apenas um indicativo das novidades que a empresa deve lançar ao longo de 2017. A escolha foi para unir o que antes era feito em dois outros locais e agilizar a operação. Em um prédio ficava a sede comercial e centro de distribuição, enquanto no outro estavam localizados as linhas de montagem e assistência técnica. “A gente juntou tudo. A ideia é agilizar para o cliente e também agilizar o despacho do produto”, explica João Montani, proprietário da marca que completa 10 anos em 2017.
De acordo com o proprietário esse é um primeiro passo para o que ele descreve como “atualização” de toda a linha de motos e quadriciclos da empresa. “É bastante novidade para esse ano. Nossa linha de motos já tem dois anos, estamos preparando uma renovação especial, principalmente na moto de 250 cilindradas”, destaca.
Entre as novidades, está o lançamento, em abril, da primeira moto da marca que deve atender o público “de fora” do off road. A novidade será uma scooter elétrica pensada principalmente para a locomoção na cidade. “Sempre trabalhamos com produtos a combustão, nosso público gosta do barulho do motor. A gente nunca tinha olhado com atenção para esse mercado elétrico, mas é inegável que esse é o futuro, por isso pensamos em um produto para mobilidade urbana, mas que também atende o off road. Fugimos um pouquinho da nossa linha, mas é uma porta de entrada para esse futuro”, detalha Montani.
A produção da scooter, assim como a atualização da linha de motos e quadriciclos, vai seguir nos moldes que a MXF trabalha desde o início. Os projetos são todos desenhados e desenvolvidos por Montani, que é engenheiro e apaixonado por motos. Depois de definido, todas as peças são fabricadas na China e no Japão, com exclusividade para a MXF, e as motos passam por uma montagem prévia também na China. Em Curitiba, todo o trabalho é revisado, o controle de qualidade é feito e a montagem da moto acontece de forma definitiva.
Além das motos off road, que são a espinha dorsal da empresa desde que foi criada, a MXF passou a apostar também em acessórios, peças de reposição e baterias. “Foi um movimento feito para se adaptar ao momento do mercado”, explica Montani. “Pela crise, muita gente deixou de comprar moto nova e passou a procurar peças de reposição, atualização de acessórios e baterias. Foi algo que a gente sempre ofereceu, mas que ganhou força desde 2015, quando a crise apertou”, complementa.
Nesse contexto, a MXF viu a venda de peças crescer mais de 60% em 2016 e espera que esse ritmo seja mantido em 2017. Outra aposta que funcionou bem para a montadora curitibana foi se tornar distribuidora exclusiva de marcas conhecidas internacionalmente no mercado de motos. É o caso das baterias vendidas pela empresa. Elas são da marca Motobatt, dos Estados Unidos, e vendidas em todo o Brasil pelas mais de 100 representantes da MXF espalhados pelo país.
“Queremos aumentar o faturamento na venda de bateria em 50% em 2017. Vendemos 8 mil baterias por mês e a ideia é chegar em 12 mil, o que representa 10% do mercado nacional”, prevê o proprietário. “É uma bateria que atende todos os tipos de motos, de todas as cilindradas e uma marca líder em alguns mercados pelo mundo, por isso a previsão é boa”, completa.
Outra exclusividade da MXF que deve impactar de forma positiva durante o ano, é a revenda de rolamento da marca italiana WRP, também seguindo os moldes da parceria com a Motobatt.
Acessórios
Em 2017, há ainda a aposta nos acessórios da Gaia MX, marca comprada pela MXF em 2015 e que trabalha principalmente com óculos para pilotos de off road. “A nossa linha de óculos já é conhecida nacionalmente. Grandes pilotos brasileiros usam os nossos óculos, são nomes como o vice campeão brasileiro Jean Ramos, além de Caio Lopes e Pedro Neto, que têm muito destaque nesse meio”, reforça Montani.
“Além da nova linha de óculos já lançada, vamos colocar no mercado uma linha de acessórios da Gaia. Serão peças para melhorar a moto, como manetes, pedal de partida e pedal freio”, completa. A novidade, de acordo com o proprietário é para atender o bom momento na venda dos acessórios, que praticamente dobrou o faturamento no ano passado.
No fim, o “pacotão” de novidades deve representar um aumento de investimento entre 30% e 40% em relação a 2016. Outro aumento semelhante deve ocorrer no faturamento, que tem previsão de crescimento de 20%, podendo chegar até em 40%, caso a economia seja aquecida durante ano.