Maior fabricante de impressoras digitais de grandes formatos da América Latina, a paranaense Ampla espera recuperar neste ano parte do faturamento que perdeu em 2015. A expectativa se baseia em três fatores: o mercado externo, os Jogos Olímpicos e as eleições municipais.
Eleições e Olimpíada mexem com o mercado da comunicação visual e, portanto, tendem a elevar pontualmente a demanda pelas impressoras da Ampla e as tintas que levam sua marca. Mas a maior motivação vem das exportações, que se beneficiam da taxa de câmbio favorável e do amadurecimento de negociações iniciadas nos últimos anos.
“Conquistar um cliente lá fora é um trabalho longo, da primeira conversa até o fechamento do contrato. Uma máquina é quase como um casamento. O cliente pretende ficar muitos anos com ela, então quer estar seguro do que está fazendo”, compara o sócio-diretor Ricardo Lie.
A Ampla começou a fazer contatos no exterior em 2013 e despachou os primeiros embarques no ano seguinte. Hoje exporta para mais de uma dezena de países, a maioria na América Latina. Em 2015, o mercado internacional respondeu por 6% do faturamento, fatia que deve chegar a 10% neste ano.
Instalada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a Ampla é a caçula de um grupo que atuou em diferentes áreas da indústria gráfica a partir do fim dos anos 1970. Quando fundada, em 2004, ela marcou a virada definitiva do grupo, que de prestador de serviços de impressão passou a ser fornecedor de máquinas para os birôs que fazem esse tipo de trabalho.
Oferecendo uma alternativa nacional em um mercado dominado por importados, a empresa cresceu de forma acelerada em sua primeira década, mas não escapou dos efeitos da recessão. O faturamento, que atingiu o pico de R$ 67 milhões em 2014, caiu mais de 20% no ano passado, para R$ 52 milhões. Segundo Lie, a perspectiva para 2016 é de um crescimento próximo de 10%, que levaria as receitas para cerca de R$ 57 milhões.
Um novo produto deverá ter papel importante nesse crescimento. A Ampla lança nos próximos dias uma impressora mais compacta, sob medida para tempos de crise. Com estrutura simplificada e menor capacidade de produção, a nova máquina será pelo menos 30% mais barata que as convencionais. “O preço menor deixa o empresário mais propenso a investir, e tende a facilitar aprovação de financiamentos pelos bancos”, diz Lie.
GESTÃO COLEGIADA
Desde que o fundador Lie Tji Tjhun – filho de chineses, nascido na Indonésia e naturalizado brasileiro – deixou o comando da empresa e passou ao conselho de administração, em 2014, a Ampla passou a ser gerida por três diretores: Ricardo Lie, filho do fundador, que cuida de finanças, comércio exterior e recursos humanos; Adriano Coelho, responsável pelo desenvolvimento de produtos; e Sidnei Marques, que dirige a área comercial e de pós-venda.
Reorganização
Ao mesmo tempo em que desenvolvia a nova impressora, a Ampla trabalhou nos últimos anos em uma grande reorganização interna, que incluiu a implantação do sistema Lean Manufacturing, criado décadas atrás pela Toyota e conhecido no Brasil como “manufatura enxuta”. Como resultado desse processo e da própria queda de produção provocada pela crise, o quadro de pessoal encolheu em mais de um terço nos últimos 12 meses, de 280 para 180 funcionários.
“Na reorganização, melhoramos a gestão dos estoques, o fluxo de informações e processos, o que eliminou muitas funções redundantes. É duro demitir, mas o fato é que nos anos de crescimento acelerado a empresa foi ficando inchada, com muitas funções redundantes”, diz Lie. “A crise acaba aguçando a percepção para esses problemas.”
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