As decisões de consumo, mudança de hábitos e comportamento do ser humano são tomadas por uma área primitiva do cérebro, o reptiliano. E usar técnicas sofisticadas para ampliar a conectividade com o indivíduo, afetando diretamente essa área cerebral e, assim, identificar desejos que nem ele mesmo tem consciência, contribui para melhorar os resultados das empresas.
Essa é a proposta do neuromarketing, conceito desenvolvido há 15 anos pelo pesquisador francês Patrick Renvoisé, baseado no desenvolvimento de ferramentas que permitem decifrar os anseios do consumidor e traduzi-los em negócios rentáveis.
Mais de 100 mil executivos e 6 mil empresas no mundo foram submetidos ao treinamento de Renvoisé, sócio da agência Sales Brain, especializada no tema, e co-autor do livro Neuromarketing, Understanding the ‘buy bottons’ in your customer’s brain, ainda sem tradução para o português.
Serviço
Pesquisador fala sobre as aplicações do neuromarketing, conceito criado há 15 anos para melhorar a qualidade das mensagens comunicadas ao consumidor. Hoje, dia 8 de outubro, às 19h, no Auditório do Bloco Bege da Universidade Positivo (Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300, Curitiba). Ingressos a R$ 90 e R$ 45 (estudantes e parceiros da UP)
Informações: (41) 3317-3414
Desvendando o cérebro humano
Veja quais os estímulos que afetam a área reptiliana. A partir dessas ferramentas, o neuromarketing sugere quatro passos: o diagnóstico dos problemas, a proposta diferente do comum, a demonstração dos ganhos e o desenvolvimento da melhor estratégia para atingir os objetivos.
Centrado no indivíduo
O que diz respeito diretamente ao sujeito, dando a ele o protagonismo da ação.
Contraste
Propostas que evidenciem a diferença gritante entre os elementos envolvidos.
Aspectos tangíveis
Algo que seja perceptível ao consumidor, que ele possa tocar ou perceber.
Começo e fim
Processos que tenham trajetória definida.
Visual
Imagens que remetam a conhecimentos e habilidades intrínsecos.
Emocional
Mensagens que atinjam sentimentos e emoções.
O pesquisador está em Curitiba nesta quinta-feira (8) para ministrar palestra sobre a aplicação das técnicas de neuromarketing nos negócios, na Universidade Positivo. O evento marca a chegada da Sales Brain no Brasil, viabilizada pela sociedade com o executivo Renato Sneider, de Curitiba.
A metodologia de Renvoisé combina diferentes técnicas de leitura das reações corporais do indivíduo para melhorar a qualidade das mensagens de consumo, hábitos e comportamento emitidas diariamente pelo mercado.
“O neuromarketing desconfia das respostas imediatas do consumidor. A prática analisa uma combinação de sinais que traduzem as verdadeiras sensações da experiência do indivíduo”, explica. É a partir dessa tradução que o executivo ganha condições de traçar determinado plano ou estratégia para oferecer a melhor entrega ao cliente.
A leitura corporal do consumidor é a base das técnicas de neuromarketing, como a expressão facial. Estar atento ao movimento dos olhos e na fisionomia do cliente é uma forma eficiente de traduzi-lo. Da mesma forma, o tom de voz e os parâmetros biométricos, como temperatura corporal, batimentos cardíacos, transpiração e respiração balizam o desenvolvimento das ferramentas a partir do momento que dão uma análise mais verdadeira das reações. “Os parâmetros biológicos não podem ser enganados”, diz Renvoisé.
Objetivos
A técnica pode ser aplicada em diferentes áreas de negócio e com diversos objetivos, sempre com a intenção de ampliar o impacto e conquistar a reação mais positiva. Desde a escolha da cor de uma embalagem de remédio – “vermelho indica perigo, não fica adequado em uma aspirina, por exemplo”, explica o autor, – a materiais publicitários, como trailers de cinema.
Antes do neuromarketing, a indústria cinematográfica investia na produção de duas ou três versões para testar a receptividade do público quanto à divulgação do filme. “Agora, usando as técnicas adequadas, é possível equilibrar todos os elementos que vão aguçar o interesse do espectador”, diz.
Empresas milionárias e pequenos negócios podem se beneficiar
Aplicar o modelo cerebral que ajuda a definir mensagens é um recurso que pode ser usado dos pequenos aos grandes negócios. Patrick Renvoisé conta que fez estudos para o Facebook, por exemplo, sobre os efeitos da experiência do conteúdo exposto em telas de tevê e de smartphones. Por questões contratuais, ele não revela a aplicação dos resultados, mas conta sobre as conclusões que o neuromarketing ajudou a definir.
Apesar de parecer diferente, o impacto da experiência no celular é maior do que na tevê, apesar de a tela grande exigir um ângulo mais amplo e atingir mais células que correspondem à visão. “No smartphone, são menos células envolvidas, mas há outros fatores que interferem, como o toque dos dedos no objeto, o peso do telefone nas mãos e a conexão desse objeto em contato com o corpo”, observa. Além disso, há um apego afetivo que dá vantagem ao telefone. “As pessoas amam seus smartphones mais do que seus televisores”, diz.
Para os pequenos, o uso do modelo de neuromarketing ajuda a definir estratégias mais eficientes de comunicação, sem que sejam necessárias tecnologias mais elaboradas, ainda que essas sejam mais acessíveis hoje em dia. “Utilizar esses recursos de impacto para gerar resultados é possível a empresários treinados”, observa.
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