Empório da Papinha também faz vendas pela internet.| Foto: /Reprodução

Maria Fernanda de Rizzo era uma professora de educação física de São Paulo quando engravidou de Gabriela, em 2007. Quando a menina começou a comer, aos seis meses, Maria Fernanda constatou que, ao contrário de Europa e Estados Unidos, no Brasil não havia papinhas congeladas sem conservantes. Feita com produtos 100% orgânicos então, nem pensar. Tinha um dinheiro, conseguiu “um sócio-investidor maluco”. Desembolsou R$ 600 mil para construir uma cozinha, com um supercongelador capaz de congelar imediatamente alimentos a menos 30 graus – fazendo com que dispensem os conservantes – e alugou “uma birosquinha” no bairro de Moema (Zona Sul) de São Paulo. Nascia ali a Empório da Papinha, empresa de refeições congeladas saudáveis para bebês que está virando um verdadeiro império. Se no ano passado Maria Fernanda faturou R$ 2 milhões, este ano ela espera faturar R$ 3 milhões.

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A Empório da Papinha tem atualmente 15 lojas nas principais capitais do país (a previsão é chegar a Curitiba neste ano). Maria Fernanda licencia a marca: para ter lojas ou quiosques, é preciso desembolsar entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. Além disso, possui dezenas de pontos de venda, são carrinhos fofos com a logo da marca, disponibilizados por R$ 18 mil. Da cozinha de São Paulo saem todos os produtos, vendidos pela metade do preço para o licenciado. Todas as papinhas valem por seis meses, têm selo da Anvisa, do IPD (Instituto de Promoção do Desenvolvimento, entidade que acompanha o mercado de orgânicos no país) e as embalagens são livre de bisfenol.

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A Empório da Papinha vende 40 mil unidades por mês. O preço dos produtos varia de R$ 7 (papinhas de frutas, as combinações são sucesso entre os bebês) a R$ 20 (produtos da recém-lançada Linha Family, que crianças a partir de um ano e seus pais podem degustar). As sopinhas custam cerca de R$ 10 e vêm em forma de creme (para bebês que ainda não mastigam) e em pedacinhos.

“Meu público é classe A e B, porque essa logística toda custa caro. Mas tenho clientes fiéis. As mães fazem a conta e veem que é mais barato pagar pelas papinhas do que comprar orgânico toda semana, contratar alguém para cozinhar. Além disso, gostam porque não desperdiçam comida. Há ainda a praticidade de levar a papinha para qualquer lugar”, conta Maria Fernanda, de 36 anos, que brinca: “Estou virando o terror das babás.”

Maria Fernanda não para de expandir. Inaugurou este mês um serviço de delivery online para São Paulo, além de muitos outros pontos de venda na cidade, como o do Shopping Villa Lobos, em Pinheiros (Zona Oeste). No Rio, um quiosque deve ser aberto em breve, em Niterói. Além disso, até o fim do ano, a Empório da Papinha vai entrar pesado no varejo: Maria Fernanda foi procurada pela rede Pão de Açúcar para vender seus produtos lá; os primeiros supermercados a vender serão os de São Paulo.

“Cerca de 70% das minhas vendas são delivery (o cliente liga para as lojas de seu bairro e pede), a venda online é novidade, porque exige uma outra logística. A presença no varejo é outro desafio, porque ali o cliente é conquistado aos poucos, o retorno demora. Mas nenhum desafio é maior do que conseguir produto orgânico. Tenho 20 fornecedores diferentes, eu rebolo viu? Só agora que o mercado está se profissionalizando por aqui, espero que cada vez mais negócios envolvendo orgânicos cresçam no Brasil, para gente forçar essa boa entrega de produtos”, comenta.

Segundo ela, bom mesmo é trabalhar com os quiosques. “O custo é mais baixo para o franquiado, o retorno dele é muito rápido, já que muita gente passa pelos quiosques no shopping. Mas eu quero crescer mais, adoro um desafio.”

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