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Plataformas de crédito dão mais alternativas ao empreendedor

Os sócios Júlio Malhadas Neto e Valtemir Soares Jr. conseguiram abrir franquia australiana no Paraná. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Os sócios Júlio Malhadas Neto e Valtemir Soares Jr. conseguiram abrir franquia australiana no Paraná. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

Conseguir dinheiro para criar, desenvolver ou mesmo manter um negócio em operação é um dos grandes desafios do empreendedor. Uma pesquisa do Sebrae realizada em 2013 mostra que mais da metade dos micro e pequenos empresários recorreram a empréstimos bancários. Outra forma comum – e cara – de obter crédito é usar o limite do cheque especial, opção de 54% dos entrevistados. A maior parte (63%) renegocia prazos com fornecedores para conseguir financiar a operação. Juros mais baixos e menos burocracia seriam importantes para facilitar tomadas de empréstimos, intenção de dois terços das empresas pesquisadas.

A restrição ao crédito no sistema financeiro convencional acaba estimulando outras modalidades de financiamento. As plataformas de crowdfunding, por exemplo, nasceram como alternativa para empreendedores obterem recursos para desenvolver seus projetos por meio da colaboração de terceiros em troca de brindes ou presentes. Sites como ComeçAki, Kickstarter, IndieGoGo e Catarse reúnem projetos pessoais, culturais e empresariais, que estabelecem metas de arrecadação em um determinado prazo.

Baseado no mesmo modelo de financiamento coletivo, a EqSeed começa a operar no Brasil importando o modelo que arrecadou 85 milhões de libras nos últimos cinco anos no Reino Unido. Dirigido a micro e pequenos negócios, a EqSeed também é uma opção para o pequeno investidor, que aplica o mínimo de R$ 1 mil por empresa em troca de participação societária no negócio.

“A proposta é inovadora para um ambiente convencional como o brasileiro, em que a cultura do empreendedorismo está presente, mas as estruturas de financiamento ainda são bastante tradicionais, com pouco desenvolvimento de mercado de capitais, por exemplo”, avalia o CEO da EqSeed, Greg Kelly.

A atividade da plataforma é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e precisa da autorização do órgão para publicar a campanha de financiamento coletivo. As empresas são adequadas à instrução 400/2003 da CVM, que dispensa o registro para operações em partes acionárias para empresas até R$ 3,6 milhões de faturamento anual.

Campanhas

A primeira campanha na EqSeed deve entrar no ar até meados de setembro e outras quatro estão sob análise para começar a captação. A meta é realizar três transações, no total de R$ 1 milhão, até o fim do ano. Para 2016, a empresa prevê 12 campanhas para levantar R$ 5 milhões.

O nível de participação societária dos investidores é definido em contrato com cada uma das empresas aprovadas pelo sistema. Além de uma organização de governança corporativa e transparência nas operações, a empresa candidata se compromete a tornar-se sociedade anônima, viabilizando a participação do investidor no futuro do negócio.

Para o investidor, trata-se de uma diversificação de carteira, que atende a um perfil de alto risco. “A empresa pode ou não ter sucesso e isso vai se refletir no ganho de capital de quem fizer a aposta no negócio”, diz Kelly.

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