Iniciativas empreendedoras que enfatizam a educação como uma mola propulsora do desenvolvimento econômico e social foram os grandes destaques da 9.ª edição do Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável. A premiação nacional reconheceu projetos de empresas e cidadãos que buscam solucionar demandas urbanas e sociais de temas variados, como meio ambiente, mobilidade e inclusão social.
Os vencedores foram anunciados nesta quarta-feira (17), em Curitiba, durante evento que teve a participação do ex-ministro e fundador da Embraer Ozires Silva, que ajudou a criar a iniciativa. O prêmio é uma realização do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae-FGV) e do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM).
A 9ª edição bateu recorde de inscritos: 128 projetos de nove estados. “Aquilo que começou localmente [(em Curitiba] se tornou uma iniciativa nacional”, afirma o presidente do Isae-FGV, Norman de Paula Arruda Filho. Ele destaca também a qualidade dos trabalhos inscritos, principalmente por terem uma ênfase muito grande na área educacional. “A educação é a propulsora de mudanças na sociedade”, diz.
Ao todo, foram premiados 20 projetos do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O prêmio é dividido em quatro categorias (Empreendedorismo Social, Ambiental, Educação e Econômico) e contempla inscrições de empresas, estudantes e demais cidadãos. Na categoria Educação, houve um empate.
Exemplos
A promoção do empreendedorismo sustentável através da educação é o ponto em comum dos projetos reconhecidos no Prêmio Ozires Silva. A Fundação Educere, de Campo Mourão, foi premiada na categoria Empreendedorismo Econômico, na modalidade empresa de médio porte.
Com o projeto de incubadora de empresas, a instituição já graduou sete negócios na área da saúde. Em 2015, o faturamento dessas empresas atingiu R$ 45 milhões. Atualmente, nove empresas estão incubadas na fundação que oferece espaço físico, acesso a laboratórios e consultorias para ajudar no desenvolvimento dos projetos.
“Campo Mourão é uma cidade de 90 mil habitantes que tem a economia voltada para a agricultura. Antes do projeto, não existia um arranjo produtivo local para a área da saúde”, explica o diretor da instituição, Eduardo Akira.
Na categoria Empreendedorismo Social, modalidade empresa de pequeno porte, o projeto Voluntariado Líder Especial foi o vencedor. A iniciativa é promovida pela Asid – organização sem fins lucrativos de Curitiba que presta consultorias de gestão para instituições que atendem pessoas com deficiência.
O projeto consiste em conectar gestores com diretores de escolas filantrópicas de educação especial para a promoção da liderança. Em 2015, foram 20 voluntários de uma empresa de gestão e tecnologia de Curitiba que atuaram em cinco instituições de ensino. Ao longo de oito meses, eles puderem diagnosticar as principais demandas das diretorias das escolas e propor soluções na área de gestão.
Cidadão
Cidadãos que tenham interesse em melhorar a sociedade também foram reconhecidos durante o prêmio. É o caso do Roberto Carlos Cassaniga, gestor administrativo que mobilizou o município de Palmas, no Paraná, a incluir a disciplina empreendedorismo no currículo escolar.
Durante este ano, em parceria com o Sebrae, alunos da 5ª série do ensino fundamental terão aulas de empreendedorismo. A ideia veio de uma preocupação com o futuro: “Que profissionais teremos em 2030?”, questionou Cassaniga, que mobilizou as autoridades locais.