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Olhar apurado

Viagens ao exterior rendem boas ideias de negócios

Empresário Everson Ceschin Filho conheceu o sorvete à base de nitrogênio líquido  em viagem aos Estados Unidos e investiu R$ 800 mil para trazê-lo para o Brasil. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Empresário Everson Ceschin Filho conheceu o sorvete à base de nitrogênio líquido em viagem aos Estados Unidos e investiu R$ 800 mil para trazê-lo para o Brasil. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

O empresário Everson Ceschin Filho é um especialista em importar ideias de negócio para o Brasil. Nas suas viagens a lazer, ele sempre procura novidades que podem ser adaptadas para o mercado local. O hábito já resultou em três empresas – uma, inclusive, atingiu um faturamento de R$ 22 milhões em 2015.

A Paleteca, marca de picolés mexicanos com sede em Curitiba, foi idealizada a partir de uma viagem de Ceschin para Cancún, no México. A empresa começou em 2013 e já conta com lojas espalhadas por 12 estados mais o Distrito Federal. Em 2015, o faturamento aumentou em 10% o que prova, segundo o proprietário, que os picolés mexicanos vieram para ficar.

“O mercado consumidor brasileiro é muito convidativo. Existem muitas oportunidades de negócio que, se adaptadas, podem dar certo por aqui

João Luis Moura consultor do Sebrae-PR.

É cada vez mais comum encontrar pessoas que aproveitam viagens ao exterior para garimpar modelos de negócio que podem ser explorados aqui no Brasil. Na visão do consultor do Sebrae-PR João Luis Moura, a prática é uma boa oportunidade de negócio, já que permite inovar dentro do seu país trazendo uma ideia testada e consolidada em outros lugares.

A importação, porém, não é garantia de sucesso. O empreendedor precisa testar a aceitação do produto ou serviço antes de entrar no mercado para evitar prejuízos. Os testes, segundo Moura, minimizam as chances de investir muito dinheiro e acabar oferecendo algo que pouca gente quer ou que caia em desuso.

Frozen iogurte

Foi o que aconteceu com os iogurtes congelados. Muitas lojas foram abertas há cinco anos, mas o hábito não foi incorporado no dia a dia das pessoas. Com isso, os negócios perderam rentabilidade e várias empresas fecharam as portas, inclusive as paranaenses Yogumix e Yoguland.

Para Moura, ter que encerrar as atividades é muito comum quando se importa modelos inovadores. Há um momento de ápice, quando todos querem experimentar a novidade, e, depois, naturalmente o mercado entra em equilíbrio. “O empreendedor tem que saber aproveitar o momento inicial para ganhar dinheiro no curto prazo. O negócio não vai ser para o resto da vida. É preciso praticar o desapego sentimental quando o negócio sai de moda”, orienta.

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