Com menos oportunidades de emprego em serviços e no comércio, o contingente de trabalhadores domésticos cresce em ritmo cada vez mais intenso no país, mostram dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (15).
De agosto a outubro de 2015, o contingente chegou a 6,147 milhões de pessoas (com e sem carteira assinada). Eram 154 mil pessoas a mais frente ao mesmo período de 2014, crescimento de 2,6% e a maior alta da série histórica da pesquisa, de 2012.
O grupo inclui uma diversidade de trabalhadores domésticos, como faxineira, cozinheiras, babás, jardineiros, motoristas. A maioria, contudo, é formada por mulheres dedicadas aos cuidados gerais da casa.
O número de empregadas domésticas vinha se reduzindo nos últimos anos. Os motivos são muitos, como melhores oportunidades de emprego, aumento da qualificação, maior renda no ambiente familiar.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, com a tendência de crescimento do número de trabalhadores domésticos, o rendimento da profissão também encolheu.
“No passado tínhamos famílias com renda maior e podendo pagar mais pelo trabalhador doméstico, que estava mais escasso no mercado. O que temos agora é a busca por inserção nesse emprego”, disse Azeredo.
Rendimento
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE nesta sexta, o rendimento do trabalhador doméstico caiu 2,4% no trimestre terminado em outubro, frente ao mesmo período do ano anterior, para R$ 742 em média.
Azeredo acrescenta que muitas mulheres que perderam o emprego sem garantias não podem esperar na fila de emprego por uma oportunidade melhor. Elas acabam buscando a inserção imediata no trabalho doméstico.
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