A Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) estima que precisará de 100 vagões da América Latina Logística (ALL) para transportar 1,8 milhão de toneladas de produtos agrícolas na safra 2007 entre Cascavel e Guarapuava. As duas empresas ainda não negociaram, mas a ALL informa que tem capacidade de atender a essa necessidade e que hoje transporta 8 mil toneladas/dia, com 105 vagões e 7 locomotivas.
A falta de equipamentos no trecho foi constatada após a Ferroeste assumir a concessão da falida Ferropar, em dezembro. As 15 locomotivas e 110 vagões locados à empresa, que pertencem à catarinense Transferro, foram retidos por meio de decreto em Cascavel e Guarapuava, mas apenas 60 foram considerados aptos para o uso.
Além disso, das 15 locomotivas em processo de manutenção, apenas 8 funcionam. A Ferroeste promete para daqui a um mês operar em plena capacidade, passando das 3 mil toneladas diárias transportadas hoje para 10 mil toneladas por dia.
Enquanto isso, a Transferro, dona dos equipamentos, aguarda resposta da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) para decidir se irá processar o governo do estado. "O decreto [que reteve os vagões e locomotivas da empresa] nem precisaria ser revogado porque é nulo. Mas ainda esperamos conseguir um novo contrato de locação com a Ferroeste", diz o advogado da Transferro, Alexandre Nester.
O contrato de locação da empresa catarinense foi extinto quando a Ferropar faliu, em dezembro, deixando a concessão a cargo da Ferroeste. Pelo uso das locomotivas e vagões num período de até 12 meses, a Ferroeste pagará indenização, a ser definida por comissão formada pela concessionária, a Secretaria Estadual dos Transportes e a procuradoria-geral do estado. "Depois da definição, a empresa será citada para apresentar defesa", diz o representante da Ferroeste na comissão, Saulo de Tarso Pereira. A Transferro tem dúvidas sobre o recebimento do dinheiro. "A pergunta é: quando e quanto?", questiona Nester. A Transferro diz suspeitar que seus bens estejam se deteriorando pela falta de manutenção adequada desde dezembro e que foi impedida por policiais de entrar nos pátios. (HC)
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