A Gamesa, fabricante espanhola de aerogeradores, inaugurou nesta segunda-feira a ampliação de sua fábrica no Brasil, onde as vendas da companhia representaram 22% do total de megawatts comercializado em 2014, volume que abastece também outros mercados da América Latina.
Com a ampliação da unidade, inaugurada em julho de 2011 no município de Camaçari, na Bahia, a Gamesa pôde encaixar no Brasil a partir deste mês os ‘nacelles’, equipamentos em que ficam as turbinas e sobre o qual giram as pás dos moinhos.
Com maior capacidade para oferecer aerogeradores completos, a empresa espanhola espera contribuir para incentivar ainda mais a energia eólica no Brasil como alternativa às fontes não renováveis de energia.
“A energia eólica nos permite reduzir a dependência de combustíveis fósseis, reduzir as emissões de poluentes e, assim, construir um mundo mais ecológico, um mundo mais verde” disse à imprensa Ignacio Martín, presidente da Gamesa, durante o evento de inauguração.
A nova usina de montagem, que começou a funcionar em setembro, atualmente produz nacelles para a turbina G97 para aerogeradores de 2 megawatts de potência. A previsão é que a partir de janeiro de 2016 inicie a produção do G114, um aerogerador que reduz em 10% o custo energético em comparação com o modelo anterior.
Desde sua implantação industrial no Brasil, a Gamesa investiu mais de 35 milhões de euros (R$ 122 milhões) no país e conta atualmente com mais de mil provedores, o que permitiu à empresa alcançar uma capacidade de produção de até 640 megawatts por ano.
O aumento da atividade da Gamesa no país dobrará o elenco, que chegará a 570 funcionários até o final de 2015.
Refresco na crise energética
Parece ter bastado o governo dizer que os reservatórios do Sudeste não vão cair abaixo de 10% da capacidade em novembro para a crise energética ter acabado. Na verdade, a situação não é muito melhor do que há um ano. Os reservatórios do Sudeste fecharam maio com 36% da capacidade, contra 37,4% um ano atrás. Isso significa que o estresse hídrico con
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“Em um momento em que a situação macroeconômica não é tão clara como em outros países, a Gamesa quer demonstrar seu compromisso com o Brasil”, disse Martín, que reafirmou a aposta da empresa no país, por considerar que conta com um “potencial enorme”.
O diretor-geral da Gamesa no Brasil, Edgard Corrochano, ressaltou o papel do país no desenvolvimento energético sustentável porque, “quando se fala de energia eólica, não se pode deixar o Brasil de fora, não se pode deixar a região nordeste de fora, e nem a Bahia”.
À cerimônia que oficializou o início das operações da ampliação da fábrica contou com a presença do governador da Bahia, Rui Costa dos Santos; do prefeito de Camaçari, Ademar Delgado; e do cônsul da Espanha em Salvador, Daniel García Chamorro.
Nos últimos tempos a Gamesa consolidou seu processo de internacionalização, o que a fez centrar seus investimentos no mercado externo, com especial atenção para o Brasil, onde em 2011 a empresa inaugurou sua primeira unidade produtiva na região.
A companhia assinou ano passado dois novos contratos para fornecer aerogeradores no país. Um dos contratos prevê a entrega de equipamentos para um parque de 166 megawatts da Companhia de Energias Renováveis (CER) e outro para um parque de 48 megawatts da Eletrosul, filial da Eletrobras.
A companhia também está presente na Argentina, no Uruguai, no México e em Honduras, entre outros países da América Latina, região que representa 37% do total mundial das vendas da Gamesa.
O grupo Gamesa fechou 2014 com lucro líquido de 92 milhões de euros e manteve esta tendência positiva no primeiro trimestre deste ano, quando lucrou 62 milhões euros, praticamente quadruplicando o lucro do mesmo período do ano passado.
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