Num momento de agravamento da crise política e econômica, empresários e sindicalistas reunidos nesta segunda-feira (9) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciaram uma frente conjunta para tentar derrubar as medidas de ajuste fiscal do governo.

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Na mira deles, estão as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que alteram as regras de benefícios como seguro desemprego e auxílio doença, que já estão em vigor. Eles também decidiram criar um “comitê permanente” que vai tratar de questões econômicas mais gerais como o aumento da carga tributária, dos juros e dos gastos públicos. Um documento com essas posições será encaminhado à presidente Dilma Rousseff na próxima semana.

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“Nosso movimento não é contra o governo, ou favor de qualquer partido. É uma união pelo Brasil”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp, logo após o encontro que reuniu mais de 100 empresários e representantes das seis maiores centrais sindicais do país (entre elas CUT, CGT, UGT e Força Sindical).

Entre os empresários, além de Skaf estavam o presidentes da Anfavea, associação que reúne as montadoras, Luiz Moan, da Abimaq, que abrange máquinas e equipamentos, Carlos Pastoriza, Eduardo Capobianco, da indústria da construção, Geraldo Coutinho, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), e o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, do conselho da Fiesp e da JBS.

Paulo Skaf, que presidiu a reunião, disse ainda que vai telefonar para a presidente Dilma nesta terça-feira (10) para explicar a ação conjunta e comunicar que empresários e trabalhadores não vão aceitar mais aumento de impostos e retirada de benefícios. Uma nova reunião para definir a pauta sobre a redução da carga tributária e de juros, além de cortes de gastos foi marcada para a próxima semana.

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“Não vamos aceitar mais aumentos de impostos e retrocessos nos benefícios. Se o governo quiser ajustar suas contas terá que fazer por meio de redução de ministérios e de cargos comissionados”, disse Pastoriza, da Abimaq.

Ação conjunta

Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, destacou a importância de ter os empresários ao lado dos trabalhadores contra as MPs 664 e 665. Segundo ele, com a criação do comitê será possível avançar em outras questões como a defesa do emprego e a melhoria das condições econômicas do país que beneficiarão tanto o capital como o trabalho.

“É uma luta democrática. Estamos construindo uma ação conjunta, montando uma pauta unitária pelo bem do Brasil”, disse o sindicalista, que manteve a manifestação contra as MPs,marcada para o próximo dia 23.