O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, falou nesta segunda-feira (9) da importância da educação financeira no planejamento das famílias, e criticou pontos do modelo previdenciário atual.
Segundo Gabas, o país passa por um momento de transição demográfica, em que a população está envelhecendo, mas que ainda se aposenta cedo.
“A expectativa de sobrevida está batendo 84 anos, e a sociedade brasileira ainda tem como premissa que deve se aposentar aos 50. A média de aposentadoria hoje é 54 anos. Tem um equívoco aí. Por falta de informação, as pessoas acabam tomando medidas que são prejudiciais a elas próprias”, defendeu.
O ministro falou na cerimônia de abertura da 2ª Semana Nacional de Educação Financeira, evento organizado pelo governo mais instituições privadas para promover a educação financeira e previdenciária dos brasileiros.
“Educação financeira não é culto ao dinheiro. É mecanismo, a gente usa isso. Por mais que a gente não goste da sociedade como ela é, consumista, egoísta, é uma ferramenta para lidarmos melhor com o dinheiro. Precisamos disso no dia-a-dia”, afirmou Gabas.
Mudanças
Ele defendeu o sistema previdenciário brasileiro como um dos mais inclusivos do mundo, mas colocou a necessidade de mudanças e defendeu a que o brasileiro seja educado para poupar mais e se precaver mais para o futuro.
“Precisamos fazer essa discussão e colocar dentro da sociedade essa preocupação, porque ela é estratégica para o país. Não haverá estratégia de sucesso se o poder público não entrar”, disse, defendendo uma estratégia de educação financeira nas escolas.
Crédito consignado
O ministro da Previdência Social também reclamou das taxas cobradas nos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas. De acordo com Gabas, a taxa, em média em 2,14% ao mês, é menor do que no passado, mas poderia cair mais.
“Eu acho que ainda está alta, pode abaixar mais”, disse. “Tem gente enganando os velhinhos”, complementou.
O ministro disse ainda que é preciso discutir com a população a sustentabilidade da previdência social e colocar a preocupação “na cabeça das pessoas”.