A negociação de um acordo de livre comércio com os EUA é uma “aspiração” do governo brasileiro, ainda que não faça parte da agenda que a presidente Dilma Rousseff iniciou neste domingo (28) ao país, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro.

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A obtenção de um tratado foi uma das principais reivindicações apresentadas à presidente por representantes de 25 empresas brasileiras com investimentos no mercado norte-americano. Confirmando a mudança de posição do governo nessa área, Monteiro disse que o Brasil quer se integrar de maneira “mais efetiva” à rede de acordos internacionais. “O canal do comércio exterior é muito importante nesse momento. É uma prioridade irrecusável.”

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No primeiro mandato de Dilma, o país ficou à margem da movimento de formação de novos blocos econômicos, dando preferência ao Mercosul. Com o fim do boom das commodities, o esgotamento fiscal e a paralisia da economia doméstica, o governo olha para o restante do mundo em busca de novas fontes de crescimento. Com o maior PIB do mundo e uma forte demanda por produtos industrializados, os Estados Unidos seriam um candidato natural nesse processo.

Outra demanda do setor privado apresentada à presidente foi um acordo de bitributação com os EUA para evitar a duplicação no pagamento de impostos por empresas norte-americanas com investimentos no Brasil, e vice-versa. O interesse em um tratado do tipo aumentou em razão da expansão da presença de companhias brasileiras no país estrangeiro. “Começar a conversa sobre livre comércio entre Brasil e Estados Unidos e bitributação foram os temas apresentados (à presidente)”, disse Wesley Batista, presidente da JBS, a maior processadora de carnes do mundo, com forte presença no mercado americano. “Isso interessa a todo o mundo.” Na estimativa do governo brasileiro, essas mudanças poderiam aumentar em 10% o comércio bilateral, que somou US$ 62 bilhões no ano passado.