As distribuidoras de energia elétrica estão dispostas a discutir com o governo uma forma de resolver o problema do reajuste das tarifas da conta de luz, que tem feito com que os consumidores paguem um valor indevido pelo serviço desde 2002. "Estamos dispostos a fazer parte de um grupo de trabalho que venha resolver a questão", afirmou nesta quinta-feira (29) o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Djalma Bastos de Morais, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Um erro no cálculo do reajuste das tarifas tem feito com que os consumidores paguem R$ 1 bilhão a mais por ano pela energia elétrica no País. Esse valor vem sendo cobrado indevidamente de todos os consumidores das concessionárias elétricas. As empresas alegam que cumpriram rigorosamente os contratos e que não sabiam do erro.
Apesar da disposição em discutir, representantes das distribuidoras que participaram da audiência promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das tarifas de energia afirmaram que a solução para o problema deve ser definida pelo governo, e não por medidas individuais das empresas.
"Não há como falar desse assunto sem falar do órgão regulador. Não podemos ter iniciativas individuais", afirmou Luiz Antônio Ciarlini, presidente da Celpe, a companhia de energia de Pernambuco, referindo-se à necessidade de uma posição oficial por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela regulação do setor.
Para o presidente da Cemig, a solução para se evitar a repetição do erro no futuro é simples. Basta a Aneel identificar qual foi o porcentual cobrado a mais dos consumidores e retirá-lo do próximo reajuste. O problema maior reside na forma de ressarcimento pela cobrança indevida feita desde 2002. "As empresas precisam de um tempo para verificar os valores", disse.
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