Na última quarta-feira (6), a China enviou ao espaço o satélite SJ-10 com uma carga incomum: seis cilindros de titânio com um milímetro de petróleo bruto cada um, comprimidos a 500 vezes a pressão atmosférica medida ao nível do mar. O lançamento foi feito da base remota espacial de Jiuquan, no deserto de Gobi, ao Norte do país.
A experiência pode indicar o interesse da China em encontrar mais petróleo na Terra. Os testes, em gravidade zero, serão realizados por duas semanas e podem ser ideais para revelar de que modo a mistura de moléculas existentes no composto orgânico se distribui sob pressões intensas e temperaturas irregulares.
As informações são valiosas para as companhias de petróleo chinesas e europeias, como a local PetroChina e a francesa Total. Elas esperam que os resultados facilitem a identificação de reservas fósseis em profundidades ainda maiores que as já conhecidas. Institutos de pesquisa e universidades também devem aproveitar os resultados para criar tecnologias capazes de orientar futuras decisões para a exploração.
Compromisso
Há quatro meses, a China foi uma das 195 nações a assinar na 21ª edição da Conferência do Clima – realizada em dezembro do ano passado, em Paris – o compromisso de reduzir a emissão de gases que provocam as mudanças climáticas e contribuem para a intensificação do efeito estufa. Os países estabeleceram como teto para o aquecimento global o índice de 1,5ºC até 2100. Altos investimentos em combustíveis fósseis, entretanto, não contribuem para atingir a meta.
Em 2015, o consumo de petróleo na China cresceu 2,5%, com forte demanda por gasolina e querosene. Por dia, o país asiático chegou a consumir um recorde de 10,32 milhões de barris, de acordo com cálculos da Reuters, feitos com base em informações divulgadas pelo governo chinês. Por outro lado, o país foi o que mais investiu no ano passado em tecnologias para geração de energias renováveis, como solar e eólica, aportando US$ 102,9 bilhões do total de investimentos globais US$ 286 bilhões.
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