O segundo domingo de maio foi um dia atípico na Alemanha. Próximo do horário do almoço, o país gerou tanta energia renovável que precisou pagar para que os consumidores consumissem e eletricidade produzida no país.
Com sol e ventos abundantes no dia 8 de maio, a Alemanha bateu recorde de geração de energia a partir das fontes solar, eólica, hídrica e biomassa. Dos 63 gigawatts (GW) consumidos no país naquele momento, 87% (55 GW) eram provenientes de energia limpa.
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O pico de geração contrastou com o baixo consumo de energia e os preços despencaram. Por várias horas, ao longo da tarde, os preços da energia ficaram negativos, chegando a menos 124 euros por megawatt/hora consumido. Na prática, o gerenciador do sistema elétrico alemão pagou para que os consumidores usassem a energia.
Em 2015, 33% de toda a energia consumida no país veio de fontes renováveis. Além disso, houve queda média de 10% no preço do quilowatt/hora. E esse número deve aumentar, principalmente com a contribuição das eólicas. O país é o terceiro do mundo em fontes renováveis, com 93 GW de capacidade instalada, segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena).
Devido aos picos de geração e a intermitência das fontes renováveis, como a solar e a eólica, essas fontes ainda são consideradas complementares na matriz alemã. Até 205, contudo, a Alemanha espera atingir 100% de energia renovável em sua matriz.
Desequilíbrio
O recorde de geração de energia renovável em um domingo de baixíssimo consumo expôs a pouca flexibilidade do sistema elétrico alemão. As usinas a gás do país conseguem reduzir ou até mesmo interromper a produção de energia em momentos de picos de geração de renováveis, mas o mesmo não ocorre com as usinas nucleares e térmicas movidas a carvão. Com isso, fica difícil equilibrar a oferta de acordo com a demanda. Ou seja, outros dias de superoferta de energia e preços negativos não estão descartados na Alemanha.
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