Os acionistas do grupo espanhol Gamesa aprovaram nesta terça-feira (25) o acordo de fusão com a divisão de energia eólica da alemã Siemens para criar um líder mundial deste setor, que passa por um momento de efervescência e concentração empresarial.
Em uma reunião extraordinária realizada em sua sede em Zamudio (norte da Espanha), o presidente da Gamesa, Ignacio Martín, defendeu que a união “permitirá criar uma das maiores companhias globais do setor”. “Se queremos estar à frente da corrida, esta fusão é uma oportunidade inigualável para consegui-lo”, defendeu.
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O novo grupo contará com uma receita de cerca de 10 bilhões de euros, uma carteira de encomendas avaliada em 22 bilhões de euros e uma capacidade instalada de 70 gigawatts, ultrapassando a dinamarquesa Vestas e a americana General Electric.
O acordo, anunciado em junho após meses de negociações, estipula que a Siemens vai possuir 59% da nova empresa e a Gamesa ficará com os 41% restantes, dentro dos quais está incluído 8% para a energética espanhola Iberdrola, acionista histórica da eólica.
A nova empresa terá sua sede na Espanha e manterá sua cotação na bolsa de Madri. Martín se tornará o conselheiro delegado do grupo.
Segundo o acordo, os acionistas da Gamesa receberão da Siemens 3,59 euros por ação. O nascimento da nova companhia deve acontecer no primeiro semestre de 2017, disse Martín, uma vez que tenha sido obtida a aprovação das autoridades de competência correspondentes.
Apesar da fusão ser executada formalmente através de uma oferta pública de aquisição da Gamesa pela Siemens, Martín ressaltou que a operação não é uma absorção, mas “uma fusão entre iguais”.
Efetivamente, o acordo “se baseia na alta complementaridade dos negócios da Siemens Wind Power e da Gamesa tanto em presença geográfica como em carteira de produtos e em tecnologia”, reforçou.
Mercado
Enquanto a Gamesa está entre os cinco maiores fabricantes mundiais de aerogeradores, a alemã é líder em parques eólicos marítimos (“offshore”).
Além disso, o grupo espanhol conta com uma forte presença em mercados emergentes como Brasil, Índia ou México e no sul da Europa, onde a Siemens, mais concentrada no norte da Europa e na América do Norte, está pouco instaurada.
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