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No limite

Itaipu vai passar por atualização tecnológica de uma década e R$ 1,5 bi

Engenheiro Ângelo Mibielli, da Itaipu, junto a equipamentos analógicos espalhados pelos corredores da Casa de Força, que passarão por atualização. | Nilton Rolin/Itaipu Binacional
Engenheiro Ângelo Mibielli, da Itaipu, junto a equipamentos analógicos espalhados pelos corredores da Casa de Força, que passarão por atualização. (Foto: Nilton Rolin/Itaipu Binacional)

Depois de bater recorde de produção de energia elétrica ano passado– com a geração de mais de 103 milhões de megawatts-hora (MWh) – e reassumir a liderança mundial de geração de energia à frente da hidrelétrica chinesa de Três Gargantas, que ocupava o topo desde 2014, a usina de Itaipu se prepara para um processo de atualização tecnológica que deve durar pelo menos 10 anos para ser totalmente concluído.

Serão investidos mais de US$ 500 milhões (o equivalente a R$ 1,5 bilhão) na substituição de equipamentos analógicos da usina, que foram instalados ainda na década de 1970, por equivalentes digitais. Parte desse processo de digitalização da usina começou ainda nos anos 2000, com a implantação do Sistema Digital de Supervisão e Controle (Scada) e do sistema de gerenciamento de energia (EMS). Além disso, duas unidades da usina, implantadas entre 2004 e 2006, também já utilizam tecnologia digital de controle.

Agora, a Itaipu pretende concluir o processo e realizar a troca completa dos nos sistemas de controle, proteção, supervisão, regulação, excitação e monitoramento das 20 unidades geradoras e das subestações, tais como placas de circuitos, sensores e medidores, entre outros, que estão espalhados por vários quilômetros ao longo da Casa de Força, Barragem, Subestações e Vertedouro. Por ora, as unidades geradoras em si não fazem parte do processo de atualização porque estão em excelentes condições, segundo a Itaipu.

A expectativa é atualizar duas unidades geradoras por ano, concluindo processo de atualização das 20 unidades em cerca de 10 anos. Durante a substituição, as unidades geradoras terão sua atividade interrompida. O processo licitatório para aquisição dos equipamentos e sistemas deve ser realizado até o início de 2018.

“A Itaipu atingiu a sua maturidade e está no auge da produção”, explica o diretor-geral brasileiro da empresa, Jorge Samek. “Porém, para garantir a continuidade desse desempenho nas próximas décadas, com elevada disponibilidade de energia para o Brasil e para o Paraguai, a usina precisará passar por um processo de atualização tecnológica, substituindo equipamentos que estão chegando ao fim de sua vida útil”, completa.

Trabalho conjunto

O processo de atualização tecnológica vem sendo conduzido por uma equipe multidisciplinar que envolve engenheiros brasileiros e paraguaios. O primeiro passo foi um estudo de avaliação dos ativos da usina, realizado entre os anos de 2003 e 2008. Desde então, uma série de outros estudos foram conduzidos em diferentes áreas da hidrelétrica para embasar a atualização tecnológica.

Embora ainda estejam em bom estado de conservação, muitos equipamentos e componentes não são mais fabricados e se tornaram obsoletos, sendo mantidos ou recuperados hoje pelos laboratórios da Itaipu, explica Eli Marcos Finco, gerente do Departamento de Engenharia Eletrônica e Eletromecânica.

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