O cenário otimista para o setor de energia solar no Brasil deverá ter efeito positivo no mercado de trabalho. Nos próximos quatro anos, cerca de 100 mil novos empregos diretos e indiretos devem ser gerados nesta área em todo o país. A estimativa é do Portal Solar, que reúne centenas de prestadores de serviços brasileiros especializados em energia fotovoltaica.
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De acordo com o site, cerca de 5 mil novas empresas serão criadas até 2020 no país para atender ao crescimento da demanda por sistemas de energia solar. Rodolfo Meyer, diretor do Portal Solar, comenta que o maior responsável pelas contratações serão os pequenos empresários, que empregarão 80 mil trabalhadores para fazer frente ao avanço da geração distribuída. A maior parte das novas vagas será voltada aos profissionais de nível técnico. A geração centralizada, que é realizada por meio de grandes usinas com energia contratada em leilões do governo federal, deve criar aproximadamente 20 mil empregos.
“Instaladores e técnicos devem ocupar a maior parte das vagas a serem abertas, com uma média salarial de R$ 3 mil e R$ 4 mil, respectivamente. Os outros postos de trabalho serão destinados a engenheiros e equipes administrativas desses negócios, além dos trabalhadores envolvidos indiretamente”, explica Meyer.
Instaladores e técnicos devem ocupar a maior parte das vagas a serem abertas, com uma média salarial de R$ 3 mil e R$ 4 mil, respectivamente. Os outros postos de trabalho serão destinados a engenheiros e equipe administrativa do negócio solar, além dos trabalhadores envolvidos indiretamente.
O prognóstico positivo para o setor é confirmado pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Segundo Rodrigo Lopes Sauaia, presidente da instituição, “são gerados de 25 a 30 empregos a cada megawatt instalado por ano. Esses trabalhadores atuam na fabricação de equipamentos, projetos de engenharia para instalação de sistema, na parte logística, além dos profissionais de venda e administrativos que alimentam todo o ecossistema da energia solar”.
Contribuíram para o boom no setor o aumento nas tarifas de energia elétrica, que na média nacional teve aumento de mais de 50% no valor final da fatura em 2015, além do barateamento da tecnologia fotovoltaica, que na última década caiu cerca de 80%, comenta o presidente da Absolar. São esses motivos que o levam a crer que “em 2030 a fonte solar fotovoltaica se tornará uma das formas mais baratas de gerar energia elétrica no mundo, ocupando 8% da matriz energética brasileira”, complementa Sauaia.
Em 2030 a fonte solar fotovoltaica se tornará uma das formas mais baratas de gerar energia elétrica no mundo, ocupando 8% da matriz energética brasileira.
Empurrão
A perspectiva que já era positiva ficou ainda melhor com a Resolução Normativa 687 da Aneel que entrou em vigor em março deste ano e flexibilizou a geração doméstica de energia, diz Rodolfo Meyer. “A geração condominial, compartilhada e o autoconsumo vão permitir novos modelos de negócio, aumentando o acesso da população a essas tecnologias”, explica.
Segundo o Portal Solar, a maioria desses novos negócios serão criados de forma descentralizada, de acordo com a demanda da região. “Desta forma, a geração de empregos não estará presa somente nos limites geográficos das capitais, promovendo o desenvolvimento em todo território brasileiro”, ressalta Meyer.
O Brasil está numa fase de amadurecimento do seu setor solar, finaliza Rodrigo Sauaia. “De 2014 a 2015, aumentou em 320% o número de instalações de geração distribuída. Um crescimento expressivo se compararmos que durante esse período a economia brasileira recuou mais de 3% no PIB”, diz otimista.
Até setembro deste ano foram registrados 5.040 sistemas de geração distribuída conectados à rede elétrica do país. De acordo com projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até 2024 o número deve saltar para 1,2 milhão de unidades consumidoras no país que vão gerar a própria energia.
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