Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que a indústria de produtos alimentares e bebidas desligou sozinha 109 mil trabalhadores (16,74% do universo de desligamentos). A construção civil é o setor que mais se aproxima desse mau desempenho: demitiu mais de 82 mil. O setor, no entanto, ainda sentirá mais a crise econômica internacional.
A diminuição no ritmo de lançamentos este ano reduzirá o número de empreendimentos em construção em 2010, alerta o vice-presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo, Manuel Enriquez Garcia. A queda no ritmo da construção civil já causou impacto no subsetor de serviços de administração imobiliária, que fechou mais de 35 mil postos de trabalho.
No total, o setor de serviços registrou 117 mil desligamentos. A razão das demissões no segmento está na perda de renda dos consumidores. O subsetor de ensino, por exemplo, perdeu mais de 41 mil trabalhadores. Conforme Garcia, o número de jovens que estão saindo do ensino médio para a faculdade diminuiu sensivelmente.
As razões estão na mudança do perfil etário populacional, mas também na necessidade de os concluintes do ensino médio buscarem trabalho. Na medida em que as famílias vêem seus horizontes de renda diminuídos, há necessidade de os jovens ajudarem no orçamento da família, explica o economista.
Segundo o Caged, quem menos demitiu em dezembro foram os bancos e as instituições financeiras, apenas 532 desligamentos formais, menos de 1% do verificado em todo o país, 513 vezes a mais do que a indústria de transformação.
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