O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, descartou o racionamento de energia elétrica durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (8) e disse que a redução voluntária da demanda também não está na pauta do governo.

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"Não exite possibilidade de racionamento. Está fora de cogitação, não tem cabimento. Estruturalmente, podemos garantir que não há risco de racionamento", disse ele a jornalistas na sede da EPE, no Rio de janeiro.

Com a escassez de chuva, o nível dos reservatórios está baixo, e, em alguns casos, como no Nordeste, se encontra abaixo do nível de segurança estabelecido pelo próprio Governo.

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"Não foi pensado (o incentivo às indústrias a reduzir consumo). As chuvas estão por vir; estão atrasadas, é verdade, mas seria precipitado falar em racionamento e, ainda mais que tem oferta entrando este ano; tem muita coisa; não dá para se precipitar", adicionou ele.

Na quarta-feira, haverá em Brasília uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para avaliar a situação energética do país.

O presidente da EPE afirmou que estruturalmente, o sistema está muito mais forte e mais robusto que em 2001, época do último racionamento de energia no país. Naquele ano os reservatórios estavam cheios, mas não havia linhas de transmissão para transportar a energia entre as diferentes regiões do país.

"Hoje a situação é estruturalmente diferente de 2001", frisou Tolmasquim. "De 2001 a 2012 a capacidade de geração cresceu 75 por cento. Em 2001, o país não tinha térmica de reserva em quantidade suficiente e, entre 2001 e 2012, houve um aumento de 150 por cento da capacidade instalada de térmica no Brasil. Já transmissão aumentou a capacidade instalada em 68 por cento. A capacidade da transmissão do Sul para o Centro-Oeste aumentou 80 por cento", declarou.

O presidente da EPE lembrou ainda que a capacidade da região Nordeste receber energia de outras regiões do país triplicou desde 2001, o que torna a região menos vulnerável mesmo em períodos de maior seca.

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NOVA CAPACIDADE

Segundo Tolmasquim, neste ano entrarão no sistema cerca de 9 mil megawatts novos de energia, mais que o dobro da média dos últimos anos.

Ele disse que a EPE conta com a entrada de 2.500 megawatts (MW) de novas termelétricas em 2013, além de outras capacidades de geração e linhas de transmissão de energia já previstas. Parte dessa geração térmica virá do início da operação de usinas do grupo EBX, do empresário Eike Batista.

São cerca de 1.400 MW adicionais de usinas localizadas no Nordeste do país (Pecém I e II, Maranhão e Itaqui). A estimativa da EPE é que as térmicas sejam ligadas ainda nesse primeiro trimestre.

"Temos tempo hábil entre a entrada da nova oferta de energia e o período de reservatórios mais baixos. Estou confiante e tranquilo quanto a isso", reforçou o executivo.

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Estão previstas ainda para o decorrer deste ano a entrada em operação das usinas de Santo Antonio e Jirau, com mais 3 mil MW, e mais de 10 mil quilômetros de linhas de transmissão, de acordo com a EPE.

O Governo ainda tem algumas alternativas para aumentar a geração de energia caso não comece a chover mais intensamente na cabeceira dos rios que abastecem as hidroelétricas do país.

Tolmasquim, disse que o Brasil ainda pode contar com cerca de 1.000 megawatts (MW) de capacidade de geração termelétrica existente para entrar em operação, incluindo a usina Uruguaiana (640 MW).

Brasil e Argentina fecharam um acordo para que o gás que vai abastecer a térmica de Uruguaiana use o gasoduto que se conecta à unidade do sul do Brasil. Para isso, a Petrobras vai importar GNL e usar o sistema de gasodutos argentino "Ainda temos 1 mil MW de térmicas de back up disponível e não foram despachadas por motivos diversos, como o caso de Uruguaiana", afirmou ele.

Ao ser questionado se o elevado despacho térmico poderia afetar a redução média de 20 por cento na tarifa de energia esse ano, conforme prometeu a presidente Dilma Rousseff, Tolmasquim afirmou que o desconto vai acontecer, mas ponderou que a energia térmica é uma variável que vai pesar no cálculo tarifário que será feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

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"Existem questões que são efeitos conjunturais; tem ano que a redução da tarifa vai ser maior e tem ano que vai ser menor", disse ele " Vai ter os 20 por cento por conta da renovação da concessão ; tem efeitos que vão jogar para baixo e outros que jogar para isso... não sei quando o despacho pode repercutir ", finalizou.