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Energia

EPE: produção de petróleo deve quase triplicar até 2020

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou nesta segunda-feira que a produção de petróleo no país deverá quase triplicar até 2020, saltando dos atuais 2,3 milhões de barris por dia para 6,1 milhões de barris por dia. A projeção considera todas as empresas de petróleo que atuam no Brasil e não somente a Petrobras.

Segundo a estimativa da EPE, que compõe o Plano Decenal de Energia para o período 2011-2020, a maior parte desta produção deverá vir de áreas com reservas ainda não confirmadas. Em entrevista coletiva para detalhar o plano, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que, da produção total, apenas 2,9 milhões de barris deverão atender a demanda interna de petróleo, sendo que o restante, ou 3,2 milhões de barris por dia, deverão ser destinados à exportação.

A produção de petróleo e também a de gás natural são os principais destaques deste Plano Decenal, disse Tolmasquim. "Temos agora mais detalhes sobre as reservas e o que poderá ser retirado dos campos do pré-sal", comentou. A oferta potencial anual de gás natural entre 2011 e 2020 deverá crescer dos atuais 109 milhões de metros cúbicos por dia para 193 milhões de metros cúbicos por dia.

Do total, estima a EPE, caso as térmicas sejam acionadas apenas dentro do total previsto - apenas parcialmente para complementar a energia hídrica - e se não houver alterações nesta curva de oferta e demanda, poderá haver um excedente de 42 milhões de metros cúbicos de gás natural a ser destinado ao mercado spot (à vista) por meio dos leilões de fornecimento interruptível realizados pela Petrobras. Caso as térmicas sejam acionadas em seu limite máximo, o excedente cai para 24 milhões de metros cúbicos por dia.

Tolmasquim admitiu que o elevado volume de gás natural descoberto no pré-sal e nas novas reservas do Delta do Parnaíba, pertencentes principalmente à OGX e à HRT, poderão fazer com que o planejamento energético do país esteja mais aberto a esta fonte de energia do que no passado, quando as usinas térmicas foram praticamente excluídas dos leilões.

"O cenário é outro. Os preços estão mais baixos e há vários aspectos mais favoráveis hoje ao gás do que no passado", afirmou. Apesar disso, segundo ele, a EPE não projeta a construção de usinas no longo prazo. "Esta decisão será tomada no curto prazo em leilões apenas para complementar a demanda", disse.

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