O candidato brasileiro ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, enfrenta a partir desta terça-feira (16) até o dia 25 a segunda etapa na disputa. Azevêdo concorre ao posto com mais quatro candidatos: Herminio Blanco (México), Taeho Bark (Coreia do Sul), Mari Elka Pangestu (Indonésia) e Tim Groser (Nova Zelândia). A decisão final é esperada para o dia 29 de maio.
O diretor da Guedes, Bernardo, Imamura & Associados Consultoria Internacional Ltda., Marcos Imamura, disse à Agência Brasil que o fato de Azevêdo estar entre os finalistas na disputa demonstra o interesse brasileiro em se estabelecer como liderança no cenário externo.
"A indicação do embaixador Roberto Azevêdo demonstra novamente o interesse do país em se estabelecer como liderança consolidada nas organizações internacionais, da mesma forma que o país busca obter seu assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse. Para ele, a possibilidade de o embaixador ser eleito representa a posição de destaque do Brasil.
Na avaliação de Imamura, uma eventual derrota também trará consequências. "Entretanto, não se pode deixar de considerar que a própria defesa do candidato brasileiro e a busca por consenso ao redor de seu nome envolvem negociações com os demais membros da OMC e que uma eventual derrota do embaixador Azevêdo não deixa de ter seus custos políticos", disse.
Autora do livro Antidumping, Subsídios e Medidas Compensatórias e colaboradora da obra Guerra Comercial ou Integração Mundial pelo Comércio? A OMC e o Brasil, a economista com especialização em comércio exterior Josefina Guedes disse à Agência Brasil que é fundamental estar atento às prioridades da organização para o período 2013-2014.
"[É a fase de] fortalecimento e [de] definir qual deverá ser o novo papel da organização. Tudo isso deverá ser feito rápido, visto o aumento acentuado dos acordos bilaterais e plurilaterais dos países-membros", ressaltou a especialista.
A escolha do novo diretor-geral da OMC é feita quando um nome obtiver mais apoio entre os integrantes da organização. O processo do diretor-geral é conduzido de tal maneira que se obtenha um nome de consenso. Não há voto. A escolha será em três etapas. Cada um dos 159 países que integram o órgão vota em quatro nomes.
Desde o lançamento de sua candidatura, em 28 de dezembro de 2012, Azevêdo foi a 46 países-membros da organização para apresentar suas propostas. Ele esteve na América do Sul e na Europa, na América Central, no Caribe e na África, assim como na Ásia, na América do Norte e no Oriente Médio.
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