O escritório The Rosen Law Firm, com sede em Nova York, pretende abrir uma ação coletiva contra a Eletrobras nos Estados Unidos. A empresa é mais uma brasileira citada na Operação Lava Jato e tem papéis negociados em Wall Street, de acordo com comunicado que convoca investidores que têm papéis da companhia a aderir ao processo. A informação foi publicada na edição de segunda-feira (20), da Folha de S. Paulo.
“O Rosen Law está preparando uma ação de classe para recuperar as perdas sofridas pelos investidores da Eletrobras”, afirma o escritório. “Se você comprou ações da empresa, por favor visite nossa página na internet”, destaca o texto.
O comunicado menciona que a Eletrobras adiou a entrega na Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, do formulário conhecido como “20-F”, que reúne as informações financeiras das companhias abertas, com os dados de 2014. Com isso, os American Depositary Receipts (ADRs) –recibos de ações da companhia negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) – caíram 8% no dia seguinte ao anúncio.
A Eletrobras justificou que o atraso ocorreu por denúncia relacionada à Operação Lava Jato. Segundo a estatal, o ex-presidente executivo da Camargo Corrêa teria afirmado, em depoimento, que um consórcio de empresas contratadas para montar a usina nuclear Angra 3 fez pagamentos ao presidente executivo da subsidiária Eletronuclear, o almirante Othon Luiz Pereira da Silva, que nega.
O Rosen Law chegou a entrar com uma ação coletiva contra a Petrobras, em dezembro de 2014, também por conta das denúncias da Lava Jato. O escritório, porém, ficou de fora da ação consolidada, que acabou nas mãos do escritório Pomerantz – representante o investidor líder, o Universities Superannuation Scheme (USS), maior fundo de pensão do Reino Unido.
A prática do Rosen Law, de procurar investidores antes de entrar com a ação, é comum nos EUA. Foi usada recentemente contra a Braskem. Logo após as denúncias feitas em uma delação, o escritório Scott & Scott foi à procura de investidores dispostos a processar a empresa.