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Empresa desenvolve tecnologias próprias

O desenvolvimento de tecnologias próprias é uma obsessão do presidente da Neodent. Geninho Thomé preza pela qualidade dos produtos, e ao longo dos anos, acumulou dezenas de certificações. "Não vendemos simples peças de metal, vendemos tecnologia. Um implante une a mecânica ao comportamento biológico do osso, é algo extremamente técnico, que exige rigor científico. É por isso que temos, dentro da fábrica, um laboratório que analisa e pesquisa desde a matéria-prima até o produto final. Lá simulamos, por exemplo, como vai se comportar o implante ao longo de 15 anos de uso", conta Geninho.

Para o desenvolvimento das peças, o departamento de engenharia da Neodent utiliza softwares que permitem a criação e validação de forma tridimensional. Um dos sistemas permite a modelagem e a simulação da montagem da prótese conforma ocorrerá na prática. Outro permite a validação mecânica do projeto – ou seja, como ele vai se comportar durante o uso, o que, mais uma vez, economiza tempo na criação dos itens.

Ensino

Em 2004, Geninho Thomé realizou um sonho e criou o Instituto Latino-Americano de Pesquisa e Ensino Odon­­­tológico (Ilapeo), que ministra cursos intensivos de aperfeiçoamento, de especialização e mestrado na área da Implantodontia, todos reconhecidos pelo Ministério da Educação. Em 2012, mais de mil alunos frequentaram os cursos regulares do instituto.

Área médica

Também em 2004, o cirurgião dentista montou a NeoOrtho, braço da Neodent que estendeu à medicina a tecnologia desenvolvida pela empresa para a área odontológica. Instalada na antiga fábrica da Neodent, no bairro de Santa Felicidade, a NeoOrtho fabrica implantes para traumas da coluna, faciais, de cabeça e pescoço e para ortopedia em geral. A NeoOrtho atualmente disponibiliza mais de 4 mil itens.

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Quem faz

• Ano de fundação: 1993

Em que área atua: fabricação de implantes dentários, componentes protéticos e instrumentais cirúrgicos

• Onde fica: Curitiba

• Quanto fatura: R$ 240 milhões em 2012

• Quem são os donos: Geninho Thomé e Clemilda Thomé (com 51%). Straumann (49%)

• Quantos funcionários: 868

• Quanto espera crescer em 2013: entre 10% a 15%

• Posição no mercado: a maior do segmento na América Latina e a sétima maior do mundo

• Por que é bem feito: o portfólio Neodent é reconhecido pela qualidade, excelência e inovação

Fundada há 20 anos pelo cirurgião-dentista Geninho Thomé, a Neodent faturou R$ 240 milhões no ano passado e fabricou quase 1 milhões de implantes
Em 2004, Geninho Thomé realizou um sonho e criou o Instituto Latino-Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico (Ilapeo), que ministra cursos intensivos de aperfeiçoamento, de especialização e mestrado na área da implantodontia, todos reconhecidos pelo Ministério da Educação
Geninho, que fez mestrado e doutorado em Implantodontia no exterior, e até hoje continua trabalhando como cirurgião-dentista
Todos os anos, a Neodent investe pesado em pesquisa e desenvolvimento
O departamento de engenharia da Neodent, por exemplo, utiliza softwares que permitem a criação e validação de forma tridimensional de todos os projetos
Ao longo dos anos, Neodent acumulou dezenas de certificações, além de atender todas as normas internacionais para Gestão da Qualidade
Peças de titânio, parecidas com parafusos, são fixadas no osso do paciente e recobertas pela prótese do dente
No fim do ano passado uma notícia balançou o mundo dos negócios: o grupo suíço Straumann pagou meio bilhão de reais por 49% da Neodent

No fim do ano passado o grupo suíço Straumann pagou meio bilhão de reais por 49% de uma empresa curitibana. Até então desconhecida fora do ramo odontológico, a Neodent – empresa líder na América Latina no setor de implantes dentários e componentes, com 45% do mercado nacional – ganhou as páginas das principais publicações econômicas do mundo.

SLIDESHOW: Veja mais fotos sobre a iniciativa

Fundada há 20 anos pelo cirurgião-dentista Geninho Thomé, a Neodent faturou R$ 240 milhões no ano passado e fabricou quase 1 milhão de implantes dentários (peças de titânio, parecidas com parafusos, que são fixadas no osso e recobertas com um material que imita o dente). Tudo feito na fábrica da empresa, na Cidade Industrial de Curitiba.

De acordo com Geninho Thomé, a Neodent surgiu da necessidade de atender os clientes, principalmente aqueles com menor poder aquisitivo. "Os importados eram caros e os nacionais não eram bons", lembra. Os primeiros implantes foram criados com ajuda de um ferramenteiro de Ponta Grossa. "Eu era professor e usava os implantes nas aulas", recorda Geninho, que fez mestrado e doutorado em Implantodontia no exterior, e até hoje continua trabalhando como cirurgião-dentista. O empresário também nunca parou de estudar e lecionar. "Trabalhar e estudar é uma necessidade minha e da empresa, que sempre tem o material constantemente aprimorado e testado", explica.

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No Brasil, nas últimas duas décadas, o volume mensal de implantes dentários saltou de 10 mil para 200 mil. Hoje, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e Laboratórios (Abimo), 2,5 milhões de brasileiros usam implantes dentários, e o número deve aumentar para 5 milhões até 2020. Com 13 filiais e 15 pontos de distribuição em diferentes estados brasileiros, é neste mercado que a Neodent mantém seu principal foco.

Com Straumann, Neodent cobiça mais exportações

Dono de uma centena de patentes, crescimento muito acima da média e certificação da União Europeia e da Food And Drug Administration (FDA), órgão que regula alimentos, medicamentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, Geninho Thomé sentiu que era a hora de expandir. A Neodent compensa o câmbio com hedge natural: a matéria-prima, que é importada (titânio e zircônia), ficou relativamente mais cara nos últimos meses. No entanto, no exterior, os produtos estão muito mais competitivos.

Invadindo aos poucos os mercados americano, africano, europeu e asiático, a parceria com a Straumann, maior fabricante de próteses do mundo, não poderia vir em hora melhor. Enquanto a Neodent trabalha com o consumidor médio de implantes e instrumentos, a Straumann pretende conquistar o cliente chamado "premium" no país e restante da América Latina. A aquisição, em contrapartida, pode permitir à empresa brasileira entrar com mais força nos mercados emergentes. A meta é levar os produtos à Índia, China, Portugal e México. "Nesta parceria, eu destacaria a troca de tecnologia", diz. Segundo o presidente da empresa, a Straumann é o grupo que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos do ramo no mundo.

Atualmente, menos de 10% do que é produzido na Neodent é exportado. Mas a meta é dobrar o volume nos próximos anos e transformar a empresa em uma das cinco maiores do mundo até 2016. "O plano é ampliar a liderança no Brasil, conquistando 50% do mercado até o fim de 2013 e crescer lá fora", diz Geninho.

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