Instalado no Parque Tecnológico de Itaipu no segundo semestre do ano passado, o Laboratório de Biogás é o primeiro do país. Ele surgiu de um termo de cooperação firmado entre o PTI, o Observatório Brasil de Energias Renováveis, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), a Universidade de Recursos Naturais e Ciências Aplicada à Vida e a Universidade de Boku, de Viena (Áustria).
A estrutura tem como tarefa descobrir a melhor e mais barata maneira de transformar o gás metano em energia e combustível de tratores e outros veículos rurais, tentando identificar quanto cada matéria-prima produz e até mesmo qual a melhor forma de tratá-la. O maior obstáculo da popularização do uso do biogás, principalmente entre os produtores rurais do país, está no custo ainda alto dos biodigestores, equipamentos responsáveis pela geração de energia a partir da decomposição da matéria orgânica. Os tanques onde os dejetos são armazenados e processados, os filtros e o gerador podem variar entre R$ 10 mil e R$ 110 mil, dependendo do tamanho da propriedade e do volume de matéria orgânica produzida.
O laboratório é o segundo passo de um projeto iniciado há três anos, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa em Suínos e Aves, o Iapar, a Emater/PR, a Copel e a Embrapa, que incentivou propriedades rurais do Norte e do Oeste do estado a gerar energia a partir de dejetos da agropecuária. Hoje a maior parte desses produtores são autosustentáveis e alguns até vendem a energia excedente à Copel.
Pelo tamanho do país, o diretor-superintendente do PTI, Juan Carlos Sotuyo, acredita que seja necessário montar uma rede de laboratórios para tentar extrair de cada região brasileira a matéria-prima e o processo de melhor produtividade do biogás. Já há contatos nesse sentido com a Embrapa de Concórdia (SC), além de universidades como a USP e a UFRGS.