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Construção civil

Estagnação limita avanço da Pado

A estagnação do setor da construção civil alcança a indústria de acessórios e preocupa a direção da Pado S.A., fábrica sediada em Cambé (Norte do Paraná). Líder do mercado brasileiro de cadeados e fechaduras, a empresa também não espera um crescimento maior que a inflação neste ano. "Em 1997, a construção civil representava 12% do PIB nacional. Houve uma erosão e hoje este segmento não representa mais do que 8%", lamenta o presidente do conselho de administração, Alfons Gardemann. Para ele, a culpa dessa retração é da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 19,75% ao ano. "A taxa é o grande inibidor dos investimentos em geral na indústria e também na construção civil."

Maior empregadora de Cambé, a Pado tem hoje mil funcionários e gera 400 empregos em outras três empresas, que também ficam no município e cuidam do polimento e galvanização dos cadeados. "Além dos empregos diretos e indiretos, a Pado também tem grande importância para o município na arrecadação de impostos, dela e das empresas terceirizadas", comenta o prefeito Adelino Margonar.

A Pado também emprega funcionários vindos de Ibiporã, Jataizinho e Londrina. Atualmente, a empresa diz priorizar o aperfeiçoamento profissional de seus colaboradores, mas Gardemann não descarta novas contratações. "Estamos investindo em uma escola profissionalizante, em convênio com a Universidade Federal do Paraná, Sesi e Senai. Os alunos com melhor desempenho certamente serão absorvidos", diz.

Perfil

A empresa nasceu em 1936, em São Paulo, como uma pequena fundição que atendia encomendas de arreios e estribos – tudo produzido artesanalmente pelos imigrantes italianos Joaquim Paioletti e Francisco Ragosta, que eram cunhados. Em 1942, eles se associaram a um alemão de sobrenome Dorner, dando origem à Pado Sociedade Ltda.

Aos poucos, foi mudando de perfil. De artigos de selaria, passou a fabricar os produtos que hoje são sua especialidade: cadeados, fechaduras, dobradiças e acessórios. Outra importante mudança ocorreu em 1997, quando uma nova composição acionária, formada por um grupo paranaense, passou a gerir a empresa.

Além de mudar filosofia e política, esse grupo tirou a fábrica de São Paulo – onde esteve por 61 anos – e a levou para Cambé, aproveitando os incentivos do Programa Paraná Bom Emprego, que permitiu a dilação do recolhimento de parte do ICMS. Segundo Gardemann, a localização estratégica da cidade em relação ao mercado consumidor e ao Mercosul também foi fundamental para a mudança do parque fabril, que ocupa 22 mil metros quadrados de área construída. Suas 900 máquinas produzem todos os dias 5 milhões de componentes.

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