Os ministros da Economia da zona do euro exigiram nesta segunda-feira (7) do governo de Silvio Berlusconi o cumprimento de suas promessas para reduzir o déficit da Itália, e uma missão visitará o país na terça para avaliar o andamento dos compromissos assumidos por Roma em 26 de outubro passado, durante a última cúpula europeia, informou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
"O ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti, nos garantiu sua determinação de cumprir, o quanto antes, com as medidas acertadas na carta que o mandatário italiano Silvio Berlusconi entregou a seus homólogos europeus em 26 de outubro", disse Rehn.
No documento, Berlusconi apresentou suas metas para reativar o crescimento e reduzir a colossal dívida da Itália, que soma 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).
Mais cedo, Rhen disse que a Itália precisa jogar o "catenaccio" (estilo de futebol muito defensivo) em matéria de consolidação fiscal.
"É essencial que a Itália cumpra com suas metas fiscais, assegure a implantação das medidas e intensifique reformas estruturais que reativem o crescimento", destacou Olli Rehn em Bruxelas.
A falta de credibilidade das promessas de Berlusconi é latente, e as taxas de juros a longo prazo das obrigações italianas atingiram 6,5%, um recorde desde a criação do euro.
Grupo aumenta pressão sobre Grécia
Os responsáveis pela economia da União Monetária também intensificaram sua pressão sobre a Grécia, após uma semana de elevada agitação política, que provocou caos nos mercados e a saída do primeiro-ministro, George Papandreou.
"Pedimos às novas autoridades da Grécia que enviem uma carta, firmada pelos dois partidos do novo governo", reafirmando seu compromisso com o plano de ajuda financeira recentemente acertado, revelou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
A solicitação ocorre após os dois principais partidos políticos gregos, os socialistas (no poder) e a oposição de direita, fecharem um acordo para apontar um primeiro-ministro interino para tirar o país da crise. O nome do novo premier será anunciado na terça-feira (8).
O Parlamento grego prevê ratificar até dezembro o acordo acertado em 27 de outubro, em Bruxelas, que permitirá a Atenas reduzir em 100 bilhões de euros, até 2020, sua dívida pública total de 350 bilhões de euros (165% do PIB).
Os ministros europeus elogiaram a "classe política" grega por "restaurar a confiança perdida". "Agora acreditamos ser possível que a sexta parcela da ajuda (de 8 bilhões de euros) seja entregue em novembro, desde que haja um claro e inequívoco compromisso por parte do novo governo", disse Rehn.
Sem este dinheiro, a Grécia entrará em "default" em meados de dezembro.
Os especialistas da "troica" composta pelo Banco Central Europeu (BCE), União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) irão a Atenas em breve para acertar os detalhes do segundo pacote de ajuda à Grécia, prometido em 27 de outubro e que substitui o plano de 21 de julho.
Para apoiar países como Itália e Espanha, os ministros delinearam o fortalecimento do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), visando ampliá-lo a um trilhão de euros, mediante um mecanismo de investimento para compra da dívida dos mais frágeis, com garantia de 20% a 30% de eventuais perdas.
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