Jeroen Dijsselbloem fala sobre a decisão de não prorrogar o resgate grego| Foto: OLIVIER HOSLET/EFE

Os ministros de Finanças da zona do euro decidiram neste sábado não estender o atual programa de resgate da Grécia que expirará, como previsto, na próxima terça-feira, dia 30, quando vence o pagamento da parcela de € 1,6 bilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que deixa Atenas exposta à moratória, informou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

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Dijsselbloem acrescentou que os ministros da zona do euro se reunirão imediatamente, sem o ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis, para avaliar as “consequências” de um possível calote e “preparar o que for necessário para garantir a estabilidade da zona do euro”.

Segundo Dijsselbloem, a decisão da Grécia de convocar um referendo sobre as demandas de seus credores não a isenta de pagar suas dívidas.

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“É responsabilidade do governo grego cumprir com as suas obrigações, primeiramente com o FMI. É uma responsabilidade e isso não acaba”, afirmou. “Teremos uma segunda reunião para discutir as eventuais consequências da conclusão política e nos prepararmos para o que for necessário para nos certificar de que em todos os momentos a estabilidade da zona do euro permanece em alto nível”.

Segundo a AFP, o ministro da Economia francês, Michel Sapin, disse que “o destino da Grécia está na zona do euro”, mas reconheceu que a saída do país da moeda única pode ser “uma consequência” do referendo.

“A Grécia se mantém na zona do euro, é seu destino e nenhum país deseja a saída da Grécia da zona do euro”, afirmou Sapin em coletiva de imprensa depois que o Eurogrupo negou o pedido de extensão do programa de resgate de Atenas, que coloca os gregos à beira da moratória.

Antes de entrar na reunião de emergência do Eurogrupo neste sábado em Bruxelas, Varoufakis disse que pediria uma ampliação do programa de resgate por poucas semanas para preparar o referendo, convocado para o dia 5, sobre as propostas de reforma dos credores. Após a negativa do Eurogrupo, ele que isso provocará “um dano permanente à zona do euro”.

“O rechaço à extensão danificará seguramente a credibilidade do Eurogrupo como união democrática e temo que o dano seja permanente”, afirmou o ministro grego em entrevista coletiva após a reunião e enquanto seus 18 colegas da união monetária iniciaram um debate sobre as consequências desta decisão.

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Varoufakis disse ainda que seu país “continua lutando por um acordo” com seus credores até 30 de junho, dia em que termina o atual programa de ajuda internacional e quando vence a parcela a ser paga ao FMI:

Esperamos que daqui até terça-feira haja um acordo. E nesse momento diremos ao povo grego que vote “sim” (no referendo anunciado pelo Executivo e marcado para 5 de julho, sobre as propostas apresentadas pelos credores e rechaçadas pelo governo).

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse neste sábado ao presidente francês, François Hollande, e à chefe de governo alemã, Angela Merkel, que o referendo será realizado, informou uma fonte do governo grego.

Tsipras ressaltou que o referendo será celebrado seja qual for a decisão do Eurogrupo — informou a fonte à AFP. O povo grego ainda terá oxigênio na semana que vem. Sobreviverá seja qual for o resultado da reunião dos ministros da Economia da zona do euro.

O conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) está disposto a fazer uma reunião de emergência no domingo para avaliar as medidas a serem tomadas em relação ao setor bancário grego.

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A zona do euro ofereceu na sexta-feira a liberação de € 15,5 bilhões se a Grécia aceitasse e implementasse as reformas de previdenciárias e tributárias apresentadas pelos credores, mas que são um fantasma para o governo esquerdista, eleito em janeiro sob a promessa de acabar com a austeridade.

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