O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (26), durante visita do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que a Europa, que passa por uma crise financeira em alguns países, como Grécia e Espanha, precisam de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a exemplo do que foi feito no Brasil.

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"A questão europeia implica em ajustes, não pode se restringir a um ajuste fiscal clássico [só com cortes de gastos e aumento de tributos], como o recomendado pelo velho Fundo Monetário Internacional. Temos de fazer um ajuste fiscal, porém preservando a capacidade de crescimento dos países europeus", disse Mantega.

O ministro da Fazenda brasileiro propôs um um programa de retomada do crescimento, que combine esse ajuste fiscal com estímulos ao crescimento, como reformas e programas que aumentem a competitividade. "Não chego a propor um PAC, mas é isso que eles precisam. De um ajuste fiscal aliado a um programa de recuperação das economias", afirmou ele ao lado de Strauss-Kahn.

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Para o diretor-gerente do FMI, ainda é necessário introduzir ajustes fiscais em alguns países da Europa, notadamente aqueles que já tinham níveis altos de dívida. "Estes países já adotaram medidas e acredito que estão se encaminhando na direção acertada. Porém, isso não basta. É útil para os europeus terem criado o fundo de estabilização europeu para países com problemas. Parte dos recrusos devem ser usados para estimular o crescimento", disse ele.

De acordo Strauss-Kahn, sem o crescimento, será muito difícil os países europeus saírem da crise. "É preciso atuar com solidaridade na Zona do Euro, para resgatar os países e estimular seu crescimento. Utilizar parte dos recrusos para fomentar uma taxa de crescimento mais elevada, que no médio prazo, será a unica forma de resolver os problemas fiscais", concluiu.

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