Os líderes da União Europeia (UE) expressaram confiança hoje, numa reunião em Luxemburgo, de que a Grécia aceitará as reformas econômicas necessárias, a fim de receber a próxima parcela de ajuda financeira e evitar um default (não pagamento da dívida pública). "Essas medidas deverão assegurar que a Grécia continue a corrigir suas finanças públicas e reformar sua economia para criar condições para um crescimento sustentável e empregos", afirmou o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
Os ministros das Finanças da zona do euro também concordaram que o "status de credor preferencial" para o fundo de resgate permanente da região até 2012 - o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, em inglês) - será descartado para países que já participam de um programa de resgate. Há temores que esse status desencoraje os investidores privados a comprar os títulos porque o mecanismo será pago em primeiro lugar no caso de inadimplência.
"É uma boa notícia para a Grécia. É uma boa notícia para a Irlanda. É uma boa notícia para Portugal", declarou o presidente do grupo de ministros de Finanças da zona do euro, o Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. Os ministros concordaram sobre um tratado para o mecanismo, pavimentando o caminho para que os governos nacionais votem nos próximos dias.
Os líderes europeus repetiram que o acesso ao ESM virá com condições rigorosas e que os credores privados vão participar. O envolvimento do setor privado "será a regra" para o mecanismo, afirmou Klaus Regling, chefe do mecanismo de estabilização financeira da zona euro (EFSF, em inglês), o precursor do ESM. No entanto, os líderes acrescentaram que o envolvimento do investidor privado será voluntário no resgate da Grécia para evitar um default.
Nova reunião
Os ministros de Finanças da zona do euro vão se reunir em uma sessão extraordinária no dia 3 de julho, para tratar da situação da Grécia, segundo Jean-Claude Juncker. Uma decisão formal sobre o desembolso de 12 bilhões de euros para a Grécia deverá ser tomada no começo de julho, após o governo grego se comprometer com um novo pacote de austeridade, afirmou Juncker, que também é primeiro-ministro de Luxemburgo.