O presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, disse nesta quarta-feira (3) que, em parceria com um fundo de investimentos, sua família enviou carta à Petrobras comunicando o interesse em participação na BR Distribuidora.
A família Gouvêa Vieira foi uma das fundadoras da distribuidora de combustíveis Ipiranga, a segunda maior do país até ser comprara pelo grupo Ultra e pela própria estatal, em 2007, em operação que movimentou US$ 4 bilhões.
“Já mandamos uma correspondência para a Petrobras com um determinado fundo, para que a Petrobras saiba do nosso interesse”, afirmou o presidente da Firjan, em entrevista durante evento no Rio. Ele não quis, porém, informar o nome do fundo de investimentos, limitando-se a dizer que é brasileiro.
No último dia 22, a Petrobras anunciou ao mercado um novo modelo de venda da BR, que prevê o controle compartilhado da companhia com novos sócios. A ideia é vender 51% das ações ordinárias, com direito a voto, mas manter a maior parte das preferenciais, para receber dividendos.
O modelo foi definido após uma etapa de negociações com três interessados na companhia, que revelaram seu interesse em ter o controle compartilhado. A Petrobras argumentou que essa estratégia pode garantir um maior valor de venda.
Gouvêa Vieira diz que sua família tem experiência no ramo e poderia contribuir para a gestão da BR Distribuidora. A subsidiária da estatal é líder no mercado brasileiro de combustíveis, mas vem sofrendo forte concorrência do grupo Ultra, que usa a bandeira Ipiranga, e da Raízen, que opera com a marca Shell.
A Petrobras diz que espera propostas pela companhia até o final de 2016. A venda faz parte do plano de desinvestimento lançado em 2015 para enfrentar a crise financeira da estatal. Até agora, a empresa anunciou operações de US$ 3,6 bilhões. A meta é arrecadar US$ 15,1 bilhões.