O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli defendeu nesta segunda-feira (22) a rejeição do projeto que permite à Petrobras abrir mão de ser a operadora única do pré-sal em determinados leilões de áreas de exploração de petróleo ao mudar o regime de partilha dos campos do pré-sal.
O texto está tramitação no Senado e pode ser votado nesta semana. Gabrielli se reuniu com a bancada de senadores do PT nesta noite para discutir a proposta. A senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) também participou do encontro.
De acordo com Gabrielli, a Petrobras passa por dificuldades financeiras neste momento que, se forem bem administradas, poderão ser resolvidas em um médio prazo e que, por isso, a aprovação do projeto neste momento prejudicaria a estatal no momento em que ela se recuperasse.
Para ele, este cenário levaria à desindustrialização do país. “Quem mais perde é a nação brasileira. Você vai entregar à empresas internacionais o controle do futuro do pré-sal e você vai inviabilizar a política de conteúdo nacional, porque tendo vários operadores, cada um vai buscar o seus fornecedores próprios. Portanto, vai desindustrializar o país”, disse.
O ex-presidente afirmou que se o projeto, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) for aprovado, ele acabará acelerando os leilões de campos do pré-sal o que retirará a Petrobras da disputa comercial.
“A Petrobrás não tem como participar de novos leilões pelos próximos dois anos. Não temos necessidade de adicionar novas reservas de pré-sal neste momento. Por outro lado, abrir novas reservas neste momento é entregar o potencial de riquezas a preços muito baixos. Então não vale a pena”, disse.
O projeto acaba, na prática, com a obrigatoriedade de a estatal ser a operadora única do pré-sal e ter, no mínimo, 30% de todos os campos desta área que forem a leilão.
Com a proposta, a estatal pode ficar fora de leilões do pré-sal caso considere que a área a ser licitada não lhe interessa ou esteja sem caixa para participar da disputa.
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